“Sabe quanto do lixo que vai para o chão são pontas de cigarros?”
“As manchas negras no chão, nos passeios, são pastilhas elásticas. Sabe quanto custa remover cada uma delas?”
“Sabe quanto tempo demora uma pastilha ou uma ponta de um cigarro a desaparecer?”
“Sabia que tanto as chicletes como as pontas de cigarros podem ser recicladas?”
Foi com estas perguntas que Domingos Costa, presidente do clube Lions de Santa Joana Princesa, em Aveiro, agarrava em conversa quem se aproximava para matar a curiosidade em relação a dois lixos fora do comum, o EcoPontas e a Papa-Chicletes. O primeiro para a reciclagem de pontas de cigarros. O segundo para a reciclagem de pastilhas elásticas.
A ideia de propor estes pontos à Câmara Municipal de Aveiro, e de os trazer para uma versão experimental durante os três dias em que decorreu o TechDays, surgiu há cerca de quatro anos quando Domingos viu o equipamento em espaços municipais de Guimarães, a cidade que o viu nascer antes de há 10 anos se ter mudado para Aveiro.
Foi precisamente na cidade vimaranense que nasceu o projeto, pelas mãos do Laboratório de Paisagem de Guimarães e que valeu, inclusive, a distinção de inovação social ao gabinete nos Green Project Awards de 2016.
“Estamos no início do processo, vamos ver qual é a receptividade, informar as pessoas sobre a reutilização e o impacto que isto tem a níveis ambientais. Acho que poderemos convencer o município a aceitar isto”, confessa Domingos ao SAPO24.
É com as resposta, às pergunta acima representadas, que Domingos quer juntar cerca de 100 inquéritos para apresentar à autarquia.
“São coisas que eu acho que ninguém faz ideia”, diz Domingos ao SAPO24.
Serão poucos os que sabem que 37% do lixo que cai no chão são pontas de cigarros, tão poucos saberão que que custa cerca de 35 cêntimos a remover cada mancha de pastilha elástica dos passeios públicos. As pastilhas demoram cinco anos a desaparecer e as beatas 20 meses a decompor-se. E no final, tudo isto podia ser reciclado em materiais plásticos, para isolamentos ou para pallets para os aquecimentos das habitações.
Domingo diz que imagina os pontos a serem introduzidos nos parques da cidade e vê o Papa-Chicletes como um equipamento que pode ter muito sucesso dentro das escolas.
É para combater a falta de informação e promover uma cidade mais sustentável e limpa que Domingos diz que a Lion está empenhada neste tema e se mostra otimista, citando o lema do clube: "onde há uma necessidade há um lion".
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