As instalações da fábrica, situada no concelho de Loures, assim como as máquinas estavam em processo de venda, através de leilão, mas, para já, apenas foi aceite a proposta para a compra do edifício, segundo adiantou à agência Lusa fonte da leiloeira LC Premium.
Relativamente às máquinas, a mesma fonte explicou que será tomada uma decisão final no dia 26, “após análise de todas as propostas.
A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2016 pela empresa Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço.
Contudo, em 24 de janeiro deste ano a fábrica de Loures, que produzia roupa interior, foi encerrada e a TGI decretada insolvente, situação que levou ao despedimento coletivo de quase 500 trabalhadores, maioritariamente mulheres.
No dia 03 de maio tinha-se realizado um primeiro leilão, com um preço base de 5,7 milhões para tentar vender estes ativos, mas não apareceu nenhum comprador interessado, tendo sido arrematadas apenas algumas viaturas.
Fracassada a primeira tentativa de venda, a massa insolvente da TGI levou a cabo um segundo procedimento para tentar vender a unidade fabril e o recheio, recebendo as propostas por carta fechada e tendo conhecido os resultados esta tarde.
Em declarações à Lusa, Mónica Antunes, do sindicato dos têxteis do Sul e antiga trabalhadora da Triumph, congratulou-se com a concretização da venda “um pouco acima do preço mínimo”, sublinhando que “foi uma boa notícia para todos”.
A sindicalista adiantou que foram recebidas sete propostas, tendo uma delas sido considerada “não válida”.
O processo de venda da Triumph à TGI, que decorreu durante um ano, chegou a ser muito contestado pelos trabalhadores e pela Câmara Municipal de Loures, que temiam que a fábrica encerrasse definitivamente.
Depois de concluída a venda, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, deslocou-se em janeiro de 2017 à fábrica e congratulou-se por esta continuar a laborar em Portugal e manter os postos de trabalho.
No entanto, em novembro desse ano, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria ocorrer um processo de reestruturação, que previa o despedimento de 150 pessoas.
Em 05 de janeiro deste ano, depois de tomarem conhecimento de que a administração tinha dado início a um processo de insolvência, as trabalhadoras iniciaram uma vigília de 20 dias à porta da fábrica, tendo durante esse período vários deputados, autarcas e sindicalistas se deslocado ali para levar mantimentos e demonstrar a sua solidariedade.
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