O estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, é o mais recente relatório, de 2018, sobre os efeitos das alterações climáticas na saúde.
Segundo o relatório, citado em comunicado pela publicação científica, a proporção da população vulnerável à exposição do calor, e aos seus efeitos (doença ou morte), está a aumentar no mundo devido ao impacto do aquecimento global no crescente número de idosos e pessoas que vivem nas cidades ou que têm doenças que não são de declaração obrigatória (doenças não infecciosas).
A Europa e o Leste do Mediterrâneo são apontadas como regiões mais 'fragilizadas' pelo calor, comparativamente com África ou o Sudeste Asiático, uma vez que muitos idosos vivem nas cidades.
De acordo com o relatório, em 2017 a exposição ao calor levou a uma perda de 153 mil milhões de horas de trabalho em todo o mundo, mais 62 mil milhões de horas em relação a 2000.
A perda de produtividade verificou-se, sobretudo, na agricultura, concentrando-se na Índia, no Sudeste Asiático, na América do Sul e na África Subsariana.
Em 2017, mais de 157 milhões de pessoas consideradas vulneráveis, com mais de 65 anos, estiveram expostas em todo mundo a ondas de calor, mais 18 milhões face a 2016.
O estudo inclui no grupo de pessoas vulneráveis os idosos (pessoas com mais de 65 anos), os habitantes de cidades, os diabéticos e as pessoas com doenças cardiovasculares ou doenças respiratórias crónicas.
Em consequência do aumento das temperaturas provocado pelas alterações climáticas, este grupo de pessoas está exposto ao 'stress' do calor, que agrava o risco de doenças cardiovasculares ou renais, conclui o relatório.
O documento, que reúne contributos de instituições académicas, agências intergovernamentais e das Nações Unidas, médicos e especialistas de várias áreas científicas, analisa 41 indicadores relacionados com impactos das alterações climáticas e vulnerabilidades, adaptação e planeamento na saúde, ações mitigadoras, finanças e economia e compromissos públicos e políticos.
A lista de indicadores engloba os desastres naturais, a segurança alimentar, o uso de combustíveis 'limpos', o consumo de carne, a poluição do ar e o número de artigos científicos sobre clima e saúde.
Os autores do relatório advertem que o investimento global na adaptação às mudanças climáticas ficou aquém dos compromissos assumidos no acordo climático de Paris, de 2015.
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