“Estas são as eleições mais desafiantes, eu diria, desde que somos uma região autónoma e estamos em democracia. E as mais importantes porque o contexto nunca foi igual a este. Houve uma demissão do governo [Regional]. Há uma crise política e aquilo que importa agora é acabar com a crise política e dar estabilidade”, disse o também líder dos socialistas madeirenses.
Cafôfo falava aos jornalistas no primeiro dia da campanha eleitoral, numa ação de campanha no mercado abastecedor dos Prazeres, na Calheta, na zona oeste da Madeira.
O candidato considerou que “hoje é um dia especial” e recordou que o PS “tem estado todos os dias neste contacto direto com as pessoas, olhos nos olhos”, com o compromisso que estabeleceu para estas eleições regionais.
Paulo Cafôfo, que foi secretário de Estado das Comunidades no último Governo da República, liderado por António Costa, insistiu no lema que o PS quer “virar a página” na Madeira.
“E o virar a pagina não é só uma mensagem simbólica, é algo que queremos realizável, concretizável e efetivar esta mudança na nossa região”, frisou.
Com o PS na oposição política na Madeira há 48 anos, o líder socialista regional admitiu ser difícil derrotar o PSD na Madeira, mas lembrou que o Partido Socialista tem “um histórico de resiliência, de resistência, de apresentar propostas” e está preparado para governar a região.
“Também era difícil ganhar a Câmara Municipal do Funchal em 2013, que sempre foi do PSD. Nós conseguimos ganhar a Câmara Municipal do Funchal contra todas as expectativas”, salientou.
Paulo Cafôfo reforçou que “o PS é o único partido que pode garantir esta alternância”, argumentando que esta “é muito positiva porque implica que ter uma democracia saudável, coisa que não existe atualmente”.
Segundo o candidato, o PS é “o único que pode virar a página e também garantir a estabilidade”.
“Este virar de página irá significar que, pela primeira vez, teremos um Governo Regional do PS. Nunca tal aconteceu porque tivemos sempre o mesmo poder da mesma cor política e este é o momento, esta é a hora de podermos fazer”, sublinhou.
Para Cafôfo, esse virar de página “não é só no governo da região é muito mais do que isso, é um virar de página na vida de muitos madeirenses e porto-santenses. É um virar de página de vidas”, lembrando as propostas da candidatura para a saúde, a educação, a habitação, os idosos, a redução da carga fiscal.
As legislativas antecipadas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
O sorteio da ordem no boletim de voto colocou o ADN em primeiro lugar, seguindo-se BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU, Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As antecipadas de 26 de maio ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Na última legislatura, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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