"Com base nos resultados provisórios, foi constatado que o senhor Recep Tayyip Erdogan foi reeleito Presidente da República", disse o presidente da Alta Comissão Eleitoral da Turquia, Ahmet Yener, citado pela agência estatal Anadolu.

Os resultados oficiais finais devem ser anunciados no início desta semana.

Em Istambul, os apoiantes de Erdogan começaram a festejar ainda antes da chegada dos resultados finais, agitando bandeiras turcas ou do partido no poder e buzinando carros.

Erdogan, já tinha reivindicado a vitória. "A nossa nação confiou-nos a responsabilidade de governar o país pelos próximos cinco anos", disse o presidente a simpatizantes, a partir do alto de um autocarro no seu distrito natal, Istambul.

Perante os apoiantes, o chefe de Estado garantiu que vai cumprir “todas as promessas feitas ao povo” e salientou que cada eleição é “um renascimento”.

O presidente Recep Tayyip Erdogan, que está no comando da Turquia há 20 anos, era favorito para ganhar um novo mandato de cinco anos na segunda volta, depois de ficar muito perto da vitória absoluta nas eleições de 14 de maio.

As assembleias de voto encerraram às 17:00, menos duas horas em Lisboa.

A oposição turca denunciou hoje irregularidades na segunda volta das eleições presidenciais, como ataques físicos contra observadores eleitorais na região Sudoeste e votos falsos.

O partido social-democrata CHP reportou a existência de votos em nome de pessoas que não constam das listas, o registo de mortos como eleitores e a entrega de boletins pré-preenchidos.

Depois de a aliança em torno de Erdogan e liderada pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) ter assegurado uma nova maioria absoluta no parlamento na primeira volta das eleições no passado dia 14 de maio, a estratégia dos dois rivais centrou-se na tentativa de assegurar os 5,2% de votos que na primeira volta contemplaram Sinan Ogan, terceiro candidato presidencial.

Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda e laico) desde 2010 e que se apresentou nas urnas como o candidato presidencial de uma coligação de seis partidos da oposição turca, protagonizou nas duas últimas semanas uma viragem à direita na tentativa de captar o voto ultranacionalista, para desagrado das forças mais à esquerda que o apoiam.

No início da semana, Ogan declarou publicamente o seu apoio a Erdogan, mas dois partidos nacionalistas que o apoiaram na campanha e integrados na Aliança Ancestral (ATA) optaram por apoiar Kiliçdaroglu e o seu discurso dirigido contra os 3,5 milhões de refugiados da guerra na Síria que começaram a ser acolhidos desde 2011 no território turco.

Erdogan, que antes da sua primeira eleição presidencial ocupou entre 2003 e 2014 o cargo de primeiro-ministro, também se confronta com um problema político após o seu AKP ter admitido na coligação eleitoral que lidera (Aliança Popular) o pequeno partido fundamentalista curdo Huda-Par, herdeiro de um grupo armado ultra-islamista da década de 1990 e que elegeu quatro deputados para o novo parlamento.

A Turquia tem cerca de 85 milhões de habitantes e mais de 61 milhões de eleitores inscritos.

(Notícia atualizada às 20h54)