“A nossa luta é pela democracia. Pela liberdade!” declarou o líder do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Özgür Özel, que está a tentar manter a vasta mobilização desencadeada pela detenção de Ekrem Imamoglu em 19 de março, noticiou a agência France-Presse (AFP).

As manifestações de apoio ao presidente da Câmara de Istambul, o principal rival do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, têm diminuído de intensidade ao longo das semanas, depois de se terem espalhado pelo país e de se terem juntado dezenas de milhares de pessoas todas as noites em Istambul nos primeiros dias dos protestos, os primeiros do género desde 2013.

“Ei, Erdogan (…) Sairás como vieste”, gritou Özel, líder da principal força da oposição, em frente ao portão principal da Universidade de Istambul, que cancelou o diploma de Imamoglu em 18 de março, um dia antes da sua detenção, impedindo-o efetivamente de ser candidato nas eleições presidenciais de 2028, apesar da nomeação do seu partido.

“Viemos aqui hoje para receber [o] diploma dele”, referiu Özel, num autocarro de frente para uma multidão, pedindo mais uma vez ao Presidente Erdogan que convoque eleições antecipadas.

De acordo com Özel, uma petição do CHP pede a libertação de Imamoglu, detido sob acusações de corrupção, que nega, e que as eleições se realizem o mais rapidamente possível e recolheu 14,8 milhões de assinaturas em todo o país.

No final de abril, cerca de cinquenta pessoas próximas e simpatizantes do presidente da Câmara de Istambul foram detidas no âmbito da investigação de corrupção contra o autarca, anunciou o Ministério Público da cidade turca.

De acordo com a imprensa turca, entre as pessoas detidas estavam a chefe de gabinete do presidente da câmara, Kadriye Kasapoglu, o irmão da sua mulher, Dilek Imamoglu, o diretor da autoridade das Águas e antigos funcionários da autarquia.