As primárias do Iowa – que inclui um ‘caucus’, um modelo de escolha presencial dos candidatos presidenciais pelos partidos – acontecerão no próximo dia 15 e serão o primeiro embate entre os candidatos do Partido Republicano, enquanto, no Partido Democrata, Biden usou a sua influência para refazer o calendário eleitoral, numa luta onde praticamente não tem adversários internos.
Com as sondagens a indicarem uma forte vantagem para Donald Trump entre os republicanos, o ex-Presidente vai testar a popularidade da governadora do Dakota do Sul, Kristi Noem, para ser a candidata a vice-Presidente nas eleições marcadas para 05 de novembro.
Noem já admitiu que poderá vir a ser a escolha de Trump para o ‘ticket’ republicano (a dupla de candidatos a Presidente e a vice-Presidente), alegando que “ninguém com sensatez no partido poderá recusar este convite”, se ele vier a acontecer.
Para Trump, a figura de Kristi Noem (que tem elevados níveis de aprovação como governadora no estado do Dakota do Sul, no sudoeste dos EUA) traz-lhe algumas vantagens relevantes, com o seu perfil de republicana moderada, mulher e com influência em vários setores importantes da sociedade, nomeadamente junto do poderoso lóbi das armas.
Trump deixou bem claro que não vai recuperar o seu ex-vice-Presidente, Mike Pence, que, de resto, chego a ser seu adversário para estas primárias, antes de ter desistido por fracos resultados nas sondagens.
Noem tem passado os últimos dias no estado do Iowa, em campanha por Trump, e tem sido uma das figuras com mais atenção mediática, não poupando os mais diretos adversários internos do ex-Presidente: o governador da Florida, Ron de Santis, e a ex-embaixadora Nikki Haley.
Trump tem feito tudo para anular os seus oponentes: conseguiu mover influências no partido para que o estado do Nevada não aceitasse incluir o nome de Ron de Santis nos boletins de voto; e conseguiu alterar as regras eleitorais na Califórnia, fazendo com que o vencedor das primárias nesse importante estado fique com todos os delegados à Convenção Nacional.
Contudo, no Iowa, onde Trump quer começar com um bom resultado, as coisas não lhe têm corrido da melhor maneira, com a governadora local, Kim Reynolds, dar o seu apoio ao seu colega da Florida, o que provocou um acesso de fúria ao ex-Presidente.
No lado democrata, Biden terá apenas a oposição de Dean Philips, um congressista do Minnesota, e de Marianne Williamson, uma ativista do Texas, mas dificilmente algum destes conseguirá fazer danos no passeio político do Presidente em exercício, apesar de as sondagens revelarem que o inquilino da Casa Branca poderá perder as eleições presidenciais para Trump.
Biden tem mostrado que mantém intacta a sua influência no Partido Democrata e até conseguiu alterar o calendário das primárias, suavizando o seu esforço de campanha e tentando apressar a sua escolha como candidato oficial, para uma repetição do embate de 2020 contra Trump.
Biden conseguiu que as primárias começassem na Carolina do Sul, enquanto também decorre o 'caucus' no Iowa, para acelerar o processo de escolha no seu partido.
O Presidente apresenta-se com o trunfo de ter sabido derrotar Trump, ao contrário de Hillary Clinton, que perdeu as eleições para este republicano em 2016, e espera agora que os bons resultados na economia se façam sentir nos bolsos dos norte-americanos, para inverter os estudos de mercado que o colocam em mínimos históricos de popularidade.
Para o arranque destas primárias, Biden volta a contar com a sua vice-Presidente como figura de combate político, numa altura em que Kamala Harris procura recuperar a sua imagem, apresentando-se mais combativa em várias entrevistas que tem dado nas últimas semanas, depois de ter sido acusada de contribuir com muito pouco para os resultados dos democratas.
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