“O Pedro Nuno Santos hoje, mais do que líder do PS, é líder da esquerda portuguesa. Portanto, não é por o Partido Socialista se abster, a bem da Pátria, no orçamento, que vai deixar de liderar à esquerda. Acho que o caminho é este e é normal que seja assim. E espero que seja assim. Até para que o outro partido instável, que faz terrorismo político, não conte para isto”, defendeu Álvaro Beleza em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF.
Presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, médico de profissão, Álvaro Beleza faz parte da Comissão Política do PS e foi mandatário nacional das listas socialistas nas últimas eleições legislativas, tendo apoiado a candidatura de Pedro Nuno Santos à liderança, apesar de ser da ala direita do partido.
“O PS tem sido adulto. Confio nos meus camaradas e no líder do partido. Confio que nessa discussão haverá esse sentido, até porque o PS e estes meus camaradas que estão na direção do partido - Pedro Nuno e os outros estiveram no Governo do PS - e foi o Governo do PS que pôs Portugal pela primeira vez desde há muitos anos com superávite nas contas públicas”, sustentou.
Declarando-se “razoavelmente otimista”, considera que a dramatização “faz parte da política” e concorda com Pedro Nuno Santos “em absoluto”, relativamente à tese segundo a qual “a dicotomia em Portugal tem de ser entre o PS e o PSD”.
“Portanto, tem de haver diferenças e é bom que haja diferenças”, disse.
No capítulo das futuras eleições presidenciais, em 2026, Álvaro Beleza considera que no seio dos socialistas existem figuras como António Vitorino, militante do partido, e ex-líderes, como António José Seguro, “que poderão ser grandes candidatos do Partido Socialista”.
Questionado sobre o perfil do eurodeputado Francisco Assis para o cargo, responde: “O Francisco Assis, sim, daria um grande Presidente da República”.
Sobre o ex-líder António José Seguro, volta a dizer: “Isto também é a vida e as circunstâncias são o que são. Acho que o país precisa de um Presidente da República que tenha qualidades de experiência política, que as pessoas conheçam o seu percurso e o seu pensamento, de cultura política, de integridade. Deve ser alguém institucional que também tenha alguma reserva e independência e que saiba fazer pontes”.
Álvaro Beleza diz não gostar da ideia de independentes para o mais alto cargo da nação.
É quando é confrontado com o facto de essa ideia praticamente excluir o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que introduz os nomes de António Vitorino e António José Seguro.
“Isso era uma conversa à Salazar. Não gosto dessa conversa. A política é para pessoas que assumem as suas convicções e quando são Presidentes da República são presidentes de todos os portugueses, para além do seu partido ou de onde vieram. E já tivemos vários. (...) Dentro do Partido Socialista temos figuras - estou a pensar no António Vitorino, militante do partido, e ex-líderes, estou a pensar no António José Seguro, que poderão ser grandes candidatos do Partido Socialista”, declarou.
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