A notícia foi dada aos jornalistas pelo presidente da Junta, Fábio Sousa (CDU), quando chegou aos Paços do Concelho, onde estava prevista a entrega dos equipamentos, que permaneceram durante a manhã na sede da Junta, aparentemente sem sinais de vandalismo, como constatou a Lusa no local.
Porém, os parquímetros colocados ao longo de quatro ruas, não acompanharam os cerca de 40 cidadãos da freguesia que se deslocaram à Câmara Municipal de Lisboa, como estava previsto, para serem entregues ao município.
"Entretanto, a polícia não permitiu que os parquímetros fossem trazidos para cá, inclusive a EMEL optou, mais uma vez, por mostrar concretamente qual é a sua forma de estar neste processo, com má-fé, e, portanto, optou por fazer uma queixa-crime, não contra desconhecidos, mas contra a Junta de Freguesia de Carnide, contra o presidente de Junta", disse Fábio Sousa aos jornalistas.
Segundo o autarca, esta queixa foi "completamente desnecessária tendo em conta que o procedimento habitual e normal é apresentar queixa contra desconhecidos".
Assim, ao invés dos 12 parquímetros, o presidente da Junta de Carnide, acompanhado de cerca de 40 cidadãos, entregou uma abaixo-assinado, subscrito por 2.500 pessoas, no sentido de "parar no imediato este processo" e dar início à construção do parque de estacionamento e à requalificação prevista.
O objetivo da Junta era entregá-los "para que fossem colocados onde fizessem sentido", a par de "dar uma lição à Câmara Municipal para que não fizesse com outra população o que fez com esta".
Falando aos jornalistas após uma reunião de trabalho em Miraflores (Oeiras), o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), classificou como "inqualificável" a retirada dos parquímetros e assegurou que os equipamentos vão ser reinstalados "com toda a rapidez".
Em resposta às declarações do presidente do município, Fábio Sousa apontou que "todos estes moradores, e a comunicação social, verificaram que as máquinas estavam a trabalhar" e que "não houve vandalismo absolutamente nenhum. Aquilo que houve foi uma política de imposição, de prepotência da parte da Câmara Municipal".
Questionado sobre se voltarão a ser retirados no futuro, o responsável foi taxativo: "a população pronunciar-se-á sobre isso e nós continuaremos a ser leais e a estar ao lado desta população".
"Era isso que as pessoas esperavam de um presidente de Câmara, tentar encontrar solução e diálogo e não imposição", salientou.
Apontando que a autarquia de Carnide já "pediu para reunir com caráter de urgência com o presidente da Câmara e com o presidente da EMEL", Fábio Sousa referiu que não foi contactado por nenhum dos dois ao longo do dia.
"Nós estamos abertos ao diálogo, sempre estivemos", salientou.
Na noite de quarta-feira, moradores de Carnide retiraram os parquímetros da EMEL que tinham sido ativados na sexta-feira, em protesto pela sua instalação na zona histórica da freguesia.
A Junta de Carnide tem vindo a contestar a forma como o estacionamento tarifado foi introduzido no centro histórico, considerando que não surge no momento adequado por o município ainda não ter requalificado locais como a Azinhaga das Carmelitas, Travessa do Pregoeiro, Rua General Henrique de Carvalho, Rua das Parreiras e a Rua da Mestra.
"Foram projetos ganhos em 2014 e 2015 e aquilo que temos é zero de obra, zero", observou Fábio Sousa.
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