“Acho que estamos preparados para o inverno de 2022. O armazenamento está nos máximos, por isso se tivermos um inverno moderado, devemos conseguir passar o inverno sem problemas significantes com a energia. Acho que a maior incógnita é 2023”, disse Miguel Stilwell de Andrade num painel na Web Summit, em Lisboa.
“Não nos esqueçamos que a Rússia cortou o gás para a Europa, depois de terem fornecido durante grande parte do ano de 2022”, acrescentou o CEO da empresa no painel “Totalmente Carregado: Alimentando a Transição para as Energias Renováveis”, onde considerou que 2023 será “um grande ponto de interrogação”.
Stilwell de Andrade considerou ainda que o investimento nas energias renováveis não é suficiente e que deve se deveria estar a investir “o dobro ou o triplo”.
“O problema é que em muitos países não somos capazes de investir tanto quanto gostaríamos”, lamentou, dizendo que “não é falta de capital, não é falta de tecnologia, é só uma questão sobre como é que se pode trazer mais projetos”.
Stilwell de Andrade reforçou que o setor das energias renováveis não precisa de subsídios, mas sim de políticas claras e estáveis.
“Em termos de investimento, precisamos de imenso investimento, mas em termos de incentivos, as renováveis não precisam mais de incentivos ou subsídios. Não precisamos de subsídios, mas precisamos de políticas e regulamentos claros, previsíveis e estáveis. Os investidores nas renováveis querem previsibilidade a longo termo”, apontou.
O presidente executivo da EDP acredita que o setor energético está a atravessar “uma transformação maciça” que se poderá prolongar por várias décadas.
A Web Summit, que arrancou na terça-feira, termina hoje, com a sua sétima edição a atingir o seu máximo de capacidade com 71.033 participantes de 160 países, com o maior número de sempre de 'startups' e de investidores.
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