“É essencial o papel das escolas. Quando pensamos em livro e em leitura não podemos deixar de pensar em escolas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão de anúncio dos premiados da 18.ª edição das Correntes d’Escritas.
O presidente, elogiando professores e/ou gestores de estabelecimentos de ensino, disse que são estes profissionais quem “nas escolas continuam a ser testemunhas desse entusiasmo, dessa aposta [na promoção da leitura], desse empenho, que um empenho fundamental para a sociedade portuguesa”.
Para Marcelo, além de promover exposições, mesas de debate e até cinema, as Correntes incluem na sua programação “tão pedagógicos encontros de escritores com alunos de escolas”.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou também a importância do festival literário Correntes d’Escritas, considerando que este evento já ganhou “o estatuto de principal festival literário português”.
“Basta falar com os escritores para perceber que as Correntes ganharam lugar muito especial no calendário literário”, sustentou.
O chefe de Estado, que se confessou um “homem dos livros”, sublinhou também “a faceta ecuménica” do festival da Póvoa.
As Correntes são “não só apenas uma festa dos portugueses e lusófonos, convidam também escritores de expressão ibérica”, destacou, acrescentando que esta iniciativa “funciona como porta de entrada da literatura do mundo em Portugal” e que este continuou ainda a “alargar o âmbito geográfico, incluindo autores de Macau e da Venezuela”.
Marcelo afirmou ser “testemunha da abrangência geracional, ideológica, temática e estilística” deste festival, onde já tinha estado mas como conferencista.
O Presidente da República disse ainda ser “sensível” ao “enraizamento local deste festival”, dando o exemplo da forte ligação que tem a Celorico de Basto e que o leva a ter já doado “quase 200 volumes e manuscritos” à biblioteca local.
“Participar num evento que promove o livro, a leitura e os escritores é-me natural e mais tempo por cá me demoraria se não fossem os quase - diria - 10 milhões de convites a que o Presidente tenta naturalmente dar bom acolhimento, um ou outro acompanhado do pedido de ‘selfie’”, disse.
O chefe de Estado afirmou que é, “acima de tudo, um professor, um jurista, mas também um homem dos livros, leitor, autor, bibliófilo e até episodicamente editor, costumando dizer que é uma forma de empobrecer alegremente na vida”, tendo considerado ainda ter contribuído para que os livros tivessem um espaço de divulgação “breve mas constante” na televisão, enquanto foi comentador.
No final, Marcelo fez “três menções especiais”: ao orador da conferência de abertura do Correntes d'Escritas deste ano, Francisco Pinto Balsemão, com quem trabalhou no Expresso e com quem “muito aprendeu”, a Eugénio Lisboa, homenageado nesta edição do festival, e ao ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, um dos finalistas do prémio Casino da Póvoa.
“Veio aqui com o seu ortónimo poeta e o seu heterónimo ministro e, desta feita, ganhou o heterónimo e ganharam os portugueses com ele. O ortónimo já tinha ganho o coração de muitos concidadãos e a admiração delas e deles pela sua obra e pela sua pessoa”, concluiu.
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