Segundo notícia do Guardian, a estátua de bronze de Edward Colston - um comerciante de Bristol que fez fortuna com o tráfico de escravos para a América -, que foi derrubada e atirada ao rio na sequência dos protestos Black Lives Matter em junho de 2020, deverá ser exposta no Museu da cidade.
A Comissão de História de We Are Bristol conduziu um estudo de opinião na cidade e concluiu que 80% dos inquiridos concordam com a inclusão da estátua na exposição. O professor Tim Cole, diretor da comissão, afirma que a cidade está mais unida do que seria de esperar.
Anteriormente, Cleo Lake, ex-governante de Bristol, que defendeu que a estátua de Colston fosse retirada, pediu um espaço permanente na cidade para contar a história do tráfico transatlântico de escravos.
"Precisamos de um espaço dedicado em Bristol para contar a história completa, que seja acessível ao maior número de pessoas possível, e que dê poder a pessoas de ascendência africana", defendeu.
A decisão de criar o “We are Bristol History Commison” surgiu em setembro de 2020, com o objetivo de difundir mais conhecimento sobre a importância da história da cidade e partiu de Marvin Rees, o mayor de Bristol, depois de a estátua ter sido derrubada. Passados quatro dias, a estátua foi guardada e, atualmente, já se fala na sua inclusão numa exibição. A Comissão entende que este tipo de peças – vandalizadas - devem ser mostradas ao público para que sejam símbolo das consequências que as levaram a esse destino.
A formulação sugerida pela Comissão para uma nova placa inclui a frase: "No final do século XX e início do século XXI, a celebração de Colston foi gradualmente mais contestada, dado o seu proeminente papel na escravidão do povo africano."
Edward Colston foi um traficante de escravos de Bristol conhecido por integrar a Companhia Real Africana no séc. XVII. Aquando dos protestos “Black Lives Matter”, várias manifestações eclodiram em diversas partes do mundo e o Reino Unido não foi exceção – muitas estátuas foram vandalizadas e uma delas foi a de Edward Colston, que foi coberta de tinta vermelha. Uma petição que reuniu milhares de assinaturas mostrou a indignação de muitos protestantes, como noticiou o The Guardian em 2020: “A história não deve ser esquecida, estas pessoas que tiraram proveito da escravatura não merecem uma estátua”, podia ler-se na petição. Foi mesmo à força e por intervenção popular que a estátua caiu e foi, depois de partida, atirada ao mar.
No passado mês quatro protestantes acusados de derrubar e vandalizar a estátua de Colston foram ilibados dos crimes por terem argumentado em sua defesa que o monumento histórico era tão “indecente” e “potencialmente abusivo” que mantê-lo constituiria um crime.”
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