Na sequência das críticas do grupo de defesa dos direitos dos animais PETA por ter utilizado borboletas vivas em vestidos, o fundador da marca japonesa Undercover pediu desculpa e prometeu nunca mais utilizar animais vivos nas suas criações, conta a CNN internacional.
"Lamento ter aprisionado borboletas que podiam voar livremente no céu", disse Jun Takahashi numa carta enviada à PETA.
Os vestidos "terrário" continham flores e borboletas vivas e foram um "momento de beleza etérea" durante o desfile primavera-verão 2024 da marca na Semana da Moda de Paris, em setembro. Contudo, suscitaram a preocupação dos ativistas dos direitos dos animais quanto ao bem-estar dos insetos.
Segundo a PETA, que escreveu a Takahashi em outubro, as borboletas utilizadas em exposições públicas são "normalmente arrancadas da natureza ou criadas em cativeiro em quintas" e muitas são esmagadas ou morrem quando são transportadas "como carga" em envelopes e pequenas caixas.
Na sua resposta, datada de 17 de outubro, Takahashi disse que queria que as borboletas do seu espetáculo fossem seguras e saudáveis. Nesse sentido, defendeu que a sua equipa as encomendou a um criador "ético" e que lhes deu uma alimentação adequada e um amplo espaço para respirarem e voarem, mantendo-as à temperatura correta.
O estilista referiu ainda que, embora a sua marca se tenha esforçado por criar o "ambiente mais confortável possível" para as borboletas, sabia que tinha sido um erro. "Senti-me culpado, mas decidi colocar borboletas no vestido para a minha própria criação".
Após o desfile, as borboletas foram libertadas num parque, mas a PETA explica que estes animais criados em cativeiro "lutam para encontrar fontes de alimento e raramente sobrevivem" na natureza, podendo também "espalhar doenças às populações locais de insetos".
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