No dia de Natal, a ligação de corrente contínua EstLink 2 entre a Finlândia e a Estónia foi desligada da rede, anunciou o operador finlandês Fingrid, que não afastou a possibilidade de sabotagem e que garantiu na altura que o fornecimento de eletricidade não havia sido afetado.

As declarações de Michal, numa conferência de imprensa em Tallinn, surgem após o ministro do Interior, Lauri Laanemets, ter classificado como “um ataque” os danos causados aos cabos submarinos.

“É um ataque às nossas infraestruturas críticas”, reiterou o ministro, que sublinhou ainda ser o terceiro incidente do género num ano, e por isso “é difícil entender que se trata de um acidente aleatório”.

“Os danos frequentes causados às infraestruturas vitais do Mar Báltico não podem ser acidentais ou aleatórios. Tornaram-se sistemáticos e devemos considerá-los como um ataque contra as nossas infraestruturas”, adiantou.

A polícia finlandesa abriu um inquérito por “sabotagem agravada” do Serviço Nacional de Investigação, sobre o incidente que ocorre pouco mais de um mês após a rutura de dois cabos de telecomunicações em águas territoriais suecas no Mar Báltico.

Nos incidentes ocorridos no Mar Báltico, as suspeitas recaíram sobre um navio de pavilhão chinês, o Yi Peng 3, que se encontrava na zona na altura da rutura dos dois cabos de telecomunicações.

O cabo EstLink 2 esteve parado durante grande parte deste ano para reparar os danos provocados por um curto-circuito que pode ter sido causado pelo seu complexo posicionamento.

Após o novo incidente, o ministro da Defesa da Letónia, Andris Spruds, manifestou a sua solidariedade para com a Finlândia e a Estónia e anunciou o reforço da vigilância do Mar Báltico.

“Os cabos submarinos danificados entre a Finlândia e a Estónia são um sinal preocupante que deve ser levado a sério. Apoiamos firmemente os nossos aliados finlandeses, estónios e outros aliados da NATO na proteção das nossas infraestruturas marítimas críticas”, declarou o ministro na rede social X.

“As Forças Armadas Nacionais da Letónia intensificaram a vigilância do Mar Báltico. A Marinha está a efetuar inspeções regulares às infraestruturas críticas”, acrescentou.

Em comunicado conjunto, a Comissão Europeia e a alta-representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, condenaram hoje “veementemente a destruição deliberada de infraestruturas da União Europeia (UE)”.

Há a suspeita de que a destruição dos cabos submarinos tenha sido provocada por um navio russo, o petroleiro Eagle S, alegadamente pertencente à “frota fantasma”, recentemente alvo de sanções pelos 27 países da UE.

Segundo o Ocidente, a chamada “frota-fantasma” russa é constituída por navios que transportam petróleo russo e contornam as sanções impostas a Moscovo na sequência da guerra contra a Ucrânia.

A UE considerou este incidente o mais recente numa “série que se suspeita serem ataques às infraestruturas críticas” do bloco comunitário.