Cerca de um terço das mulheres que responderam ao inquérito da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta referiram que já foram vítimas de ‘stalking' (perseguição) e cerca de metade já tiveram contacto sexual não consentido, revela a nota de imprensa da organização enviada à agência Lusa.
O estudo da UMAR Coimbra, que é apresentado hoje, refere ainda que 14,4% das mulheres inquiridas já sofreram "pelo menos uma tentativa de violação".
Questionadas sobre a perceção de segurança em espaço público, 53% das mulheres elegeram como principal receio para andarem sozinhas na rua o medo de sofrerem "um ataque sexual", enquanto os homens que responderam identificaram como "principais motivos o receio de sofrer um assalto".
O estudo realizado pela UMAR Coimbra, no âmbito do projeto CAMI - Capacitar para Melhor Intervir Localmente, foi feito com dados obtidos entre junho e julho de 2017, através de um questionário "disseminado ‘online’".
A amostra válida do estudo é constituída por 518 respondentes. 79% são mulheres, 85,5% na faixa etária entre os 17 e os 34 anos e a grande maioria frequentou ou frequenta a Universidade de Coimbra (77,8%).
"Em todas as categorias de experiências sexuais indesejadas analisadas, a grande maioria das mulheres inquiridas reportou ter sofrido estes comportamentos por parte de indivíduos do género masculino, nomeadamente parceiros íntimos, ex-parceiros íntimos, docentes, conhecidos e superiores hierárquicos ou colegas", refere a UMAR, na nota de imprensa.
A organização sublinha que, "nos últimos anos, foram identificadas, formal e informalmente, várias situações de violência sexual e assédio sexual entre pares no contexto académico", sendo que "continua a não existir uma noção real da prevalência da violência sexual e do assédio sexual no meio académico em Coimbra".
Os resultados obtidos vão ser apresentados na íntegra a partir das 18:00, no anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
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