Os holofotes voltam a estar sobre o juiz Peter Cahill, do tribunal de Hennepin County, em Minneapolis, quando ele der a conhecer a pena a que será sujeito Derek Chauvin, que em abril foi condenado por três acusações de homicídio, pela morte de George Floyd, que foi asfixiado enquanto se encontrava sob escolta policial, em 25 de maio de 2020.
Os procuradores pedem uma pena de mais de 30 anos, para refletir a gravidade da situação em que o agente abusou do seu poder de autoridade, mas os advogados de defesa de Chauvin pedem liberdade condicional.
Quem conhece Cahill diz que o seu percurso profissional — foi advogado antes de seguir a carreira de magistrado – aponta no sentido de a pena poder ficar a meio termo entre os dois extremos.
A leitura da pena acontece dois meses depois do final de um julgamento que acabou com a condenação por três crimes de homicídio (de segundo e terceiro grau e involuntário), em sessões de grande visibilidade mediática, depois de a morte de Floyd ter desencadeado numerosas manifestações de protesto contra o racismo e a violência policial.
Desde que ocupou o cargo de juiz em Hennepin County, em 2008, Cahill sentenciou seis pessoas condenadas por homicídio em segundo grau a penas de prisão efetivas de entre 12 e 40 anos.
Em casos recentes, o juiz tem sido sensível à responsabilidade pública que cabe aos acusados, tendo sentenciado a sete anos de cadeia um homem que disparou sobre uma camioneta escolar, ferindo o seu condutor — mais do dobro da pena mínima que era pedida pela defesa.
Nos últimos meses, Cahill recusou todos os pedidos de entrevista e tem-se remetido ao silêncio sobre o julgamento do agente que matou George Floyd, procurando retirar o sistema judicial da atenção mediática à volta do caso.
Contudo, numa declaração de seis páginas divulgada em maio, Peter Cahill justificou a decisão da condenação de Chauvin dizendo que ficara provada que o agente tinha abusado da sua posição de confiança e de autoridade, tendo tratado George Floyd com particular crueldade, em concertação com três outros agentes implicados no crime.
Os procuradores já utilizaram esse documento para realçar o seu pedido de pena agravada, referindo-se aos “fatores agravantes” que impendem sobre Chauvin.
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