Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD, arrancou o dia na feira de Trancoso, na Guarda, onde foi cumprimentando pessoas a quem distribuía informação sobre a candidatura e explicava: “Estamos na campanha das europeias, no dia 26 de maio é preciso ir votar”.

Aos jornalistas disse que sempre esteve “à vontade” nestes ambientes, mas rejeitou que possa vir a tornar-se um novo “Paulinho das feiras”, alcunha do ex-líder do CDS-PP, Paulo Portas, que em campanha fazia questão de incluir muitas visitas a feiras e mercados na sua agenda.

Mais tarde, e já em Celorico da Beira, Rangel defendeu que os políticos também devem fazer campanha “nas terras onde há menos votos”, afirmando que o país todo perde com a desertificação do interior.

Também o CDS escolheu um mercado, em Olhão, distrito de Faro, para fazer campanha, com a presidente, Assunção Cristas, a pedir que se equilibre o “mercado eleitoral” mais para o lado do “centro e centro-direita” e menos para as “esquerdas radicais”.

Lá dentro do mercado, ao lado de Nuno Melo, o cabeça de lista do CDS ao Parlamento Europeu, iam pedindo “força para o CDS” e que as pessoas fossem votar no dia 26 de maio, que “é já de domingo a oito dias”.

No dia em que passam cinco anos sobre a saída da 'troika' de Portugal, a líder centrista, que pertencia no Governo PSD/CDS-PP em 2014, lembrou a “saída com esforço de todos os portugueses”.

À tarde, a aldeia de Alferce, “cercada” pelos fogos de Monchique em 2018, foi a escolhida por Nuno Melo para mostrar o que a Europa “pode fazer pelos portugueses” e onde o Governo falhou.

Em Lisboa, e num encontro com ‘startups’, o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, e a “número quatro”, Margarida Marques, defenderam que a União Europeia tem de operar um conjunto de reformas para liderar na digitalização, mas com inclusão social e impedindo que ataque a própria democracia.

O cabeça de lista do PS considerou a digitalização um desafio fundamental que se coloca à União Europeia, que "tenta assumir um papel de liderança mundial, ou, pelo contrário, se torna seguidora dos Estados Unidos e China".

"O digital é um instrumento privilegiado para o crescimento económico e para a criação de emprego. Porém, não podemos permitir que seja um fator de exclusão social", advertiu, antes de deixar também alertas sobre as consequências no plano político.

Mais a sul, em Cuba, distrito de Beja, o cabeça de lista João Ferreira defendeu a necessidade de criar um observatório europeu destinado às alterações climáticas, especificamente o fenómeno da seca, a ser instalado numa região do interior de Portugal.

"Estamos aqui numa região que sabe o que são os efeitos da seca. Falamos muito em catástrofes naturais, algumas surgem de repente, como incêndios ou sismos, mas a seca é uma catástrofe silenciosa, de evolução lenta, mas que tem tantos ou mais prejuízos do que outras", disse.

No Porto, o BE recebeu hoje um manifesto de apoio de 57 representantes sindicais e mais de 20 comissões de trabalhadores, com a cabeça de lista Marisa Matias a insistir na urgência de retirar da legislação laboral que a “‘troika’ lá deixou".

"Acredito que ainda há condições, se houver vontade política, quer na saúde, quer no trabalho, para se fazer justiça à gente que tem sido injustiçada ao longo de tantos anos", disse Marisa Matias aos jornalistas no final de uma visita Parque Oficinal do Norte da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, em Contumil, Porto.

As notícias sobre uma auditoria do Tribunal de Contas que detetou suborçamentação em relação à gratuitidade dos manuais escolares foi também tema de campanha de CDU, CDS e BE, com o candidato comunista João Ferreira a rejeitar qualquer impedimento orçamental à implementação do alargamento da medida que considera estar devidamente prevista e pronta para chegar ao terreno.

Já a bloquista Marisa Matias avisou hoje que a medida dos manuais escolares gratuitos, por ser absolutamente fundamental, "não pode ser posta em causa", defendendo que chegue "a toda a gente".

O relatório serviu para Cristas atacar o Governo, “primeiro, a fazer propaganda e depois a fazer as contas, e as contas normalmente não batem certo”.