O cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, sobrevoou hoje, de helicóptero, durante cerca de uma hora, territórios afetados pelos grandes incêndios de 2017, como Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra ou Lousã.
"Entristece-me. Em 2017, podiam ter vindo ao terreno ver o que aconteceu. Agora, vir de helicóptero, em 2019, ver o que aconteceu em 2017 é uma afronta a esta gente e dá-me vontade de gritar", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, José Brito, reeleito pelo PSD em 2017, com 78,6% dos votos.
O autarca explicou que estava previamente marcada uma visita ao concelho por parte da campanha dos sociais-democratas, inclusive com dormida na vila do distrito de Coimbra, mas que, na segunda-feira, lhe foi comunicado pela concelhia local que a visita ficaria sem efeito, não tendo recebido qualquer informação ou justificação por parte da organização da campanha do PSD às europeias.
"Este tipo de atitudes, quando acontecem por um cabeça de lista à Europa, são um desrespeito total para com as pessoas deste território. Sinceramente, acho que era preferível dizer que não tinha tempo para cá vir", salientou José Brito, considerando que um voo pelo território não dá para um candidato perceber quais as dificuldades sentidas no terreno.
Para José Brito, a visita foi cancelada porque "contaram o número de votos" do território.
"Esta gente não pode defender a baixa densidade se não a conhece - pôr aqui os pés. Veio de helicóptero ver o que nos aconteceu em 2017? Isto é possível? Não dá para ver o sentimento das pessoas, desta gente que tem um coração enorme. Se calhar, é tempo de dizer basta", protestou o autarca, assumindo estar "completamente desapontado" com o PSD.
"Era preferível não terem passado por cá, nem pelo ar, nem por terra", disse.
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