O cabeça de lista da CDU, João Ferreira, desvalorizou a eventual retirada das comendas a Joe Berardo, sublinhando que o colecionador de arte é somente a "ponta do icebergue" da "promiscuidade entre poder financeiro, económico, e poder político".

Numa "arruada" de campanha em Silves, no Algarve, João Ferreira foi questionado sobre a reunião do Conselho das Ordens Nacionais, na sexta-feira, que vai debruçar-se sobre a abertura de um processo para a retirada das condecorações honoríficas ao empresário madeirense, na sequência das suas declarações na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.

"Acho que há coisas mais importantes do que saber se as comendas são ou não retiradas. Temos dito que este caso é a ponta de um icebergue e há quem esteja interessado em apontar só para a ponta do icebergue esquecendo tudo o que está por debaixo", disse.

A mesma comissão parlamentar de inquérito deu hoje parecer positivo, a pedido do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, à proposta do CDS-PP de retirar a condecoração da Ordem do Infante D. Henrique a Joe Berardo.

O eurodeputado comunista sublinhou que "os créditos [bancários] que foram dados a essa pessoa [Berardo], como a outros, foram concedidos por alguém, por administradores nomeados por determinados partidos".

Antes de João Ferreira, o CDS-PP tinha sido o primeiro a subir hoje o tom neste caso.

O candidato Nuno Melo associou mesmo o nome do atual primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, e do antigo líder socialista e ex-primeiro-ministro José Sócrates à criação da fundação que beneficiou de créditos bancários da Caixa para “uma luta acionista e especulativa”.

“O que mais choca neste caso é que uma fundação com fins artísticos e educativos possa ter beneficiado de créditos superiores a 350 milhões de euros para comprar ações num banco” e é “um absurdo” que um banco como a Caixa Geral de Depósitos conceda estes “créditos deste valor para uma luta acionista, especulativa”, afirmou Nuno Melo, dirigente e cabeça de lista do CDS-PP, à margem de uma ação de campanha.

Sem se pronunciar sobre o caso até ao momento, o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, teve o seu primeiro ‘banho de multidão’ na feira franca de Fafe, bastião socialista no Minho.

O cabeça de lista europeu do PS criticou as correntes conservadoras por "normalizarem" a extrema-direita e elogiou a prestação que o candidato socialista à presidência da Comissão, o holandês Frans Timmermans, teve no debate europeu.

"Para que a extrema-direita não cresça, é preciso que as pessoas acreditem que os políticos governam para os cidadãos, que não deixam ninguém para trás - e essa tem sido a mensagem do PS nesta campanha e foi o que fizemos em Portugal", disse.

Já o cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, falando em Sernancelhe, distrito de Viseu, avisou que o partido não aceitará “cortes nos fundos de coesão”.

No seu discurso, Rangel já se tinha insurgido contra os cortes que constam da proposta da Comissão Europeia para a coesão e para a agricultura, que disse totalizarem 3.300 milhões de euros e terem sido aceites pelo Governo português.

De Coimbra veio um recado do BE para o PS.

A cabeça de lista do Bloco, Marisa Matias, disse que ainda há tempo para o PS "deixar o recuo" na Lei de Bases da Saúde.

De visita a uma Unidade de Saúde Familiar, Marisa Matias assumiu "alguma preocupação", uma vez que o PS já recuou em relação ao acordo que tinha feito com o BE para o fim das parcerias público-privadas na Saúde, e lembrou que "a origem do Serviço Nacional de Saúde não permite promiscuidades desta natureza".

O tema da saúde também foi introduzido pelo candidato do PSD após uma visita ao centro hospitalar Tondela-Viseu. Paulo Rangel acusou o ministro das Finanças, Mário Centeno, de “empatar” a construção do centro oncológico do hospital de Viseu, ao adiar a comparticipação nacional para uma obra financiada em 85% por fundos europeus.

Os candidatos do PS, CDS-PP, BE e CDU foram hoje unânimes em desvalorizar o apelo ao voto na coligação Basta, Nós Cidadãos e CDS-PP colocado no Facebook do Patriarcado de Lisboa e, entretanto, retirado.

Na mensagem, entre as forças políticas concorrentes às eleições europeias de 26 de maio, eram destacados a coligação Basta, Nós Cidadãos e CDS-PP como aquelas que se opõem à liberalização da eutanásia, das barrigas de aluguer e à descriminalização do aborto.

O quarto dia de campanha também ficou marcado pela saída do hospital do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes e líder da Aliança que teve alta, depois de ter sido hospitalizado na quarta-feira devido a um acidente na Autoestrada 1 (A1).

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