“Connosco contam com certeza”, o apoio expresso pela presidente da União Zoófila, Luísa Barbosa, à candidatura de Francisco Guerreiro às eleições europeias foi dado no final de uma visita de mais uma hora, em Lisboa, na qual a dirigente associativa começou por explicar que as adoções de animais estão a decorrer a bom ritmo.
André Silva, o deputado do PAN que acompanhou o cabeça de lista do partido às europeias, Francisco Guerreiro, quis saber porquê.
“As pessoas estão mais sensíveis com a causa. É um assunto que já não é dos tontinhos dos animais”, respondeu Luísa Barbosa.
Francisco Guerreiro explicou à Lusa que o objetivo da visita foi ver a realidade destes centros e dar visibilidade e voz a “associações que vivem sem o apoio estrutural dos municípios e do Estado e se têm substituído a estas entidades oficiais”.
“Nunca foram tontinhos dos animais, sempre foram pessoas muito preocupadas com algo que tinha sido completamente esquecido pelos restantes partidos, pela restante sociedade política”, afirmou.
O cabeça de lista do PAN considerou que “algumas secções da sociedade” ainda querem apontar o bem-estar animal “como uma causa separada” e não “interligada no modo de estar na vida e na sociedade”, “um nicho”.
“Nunca foi um nicho. Os poderes políticos e as instituições partidárias é que nunca olharam para ele como deveriam ter olhado, e hoje em dia já se vê outros partidos políticos a falar da causa animal”, afirmou, um dia depois de a cabeça de lista do BE, Marisa Matias, ter colocado o tema na agenda de campanha, participando no trabalho da associação de Coimbra Gatos Urbanos.
“Felizmente, esse também é um papel que o PAN traz para a sociedade: acelerar, fazer com que os outros partidos falem dos direitos dos animais, falem de ambiente, de outro modelo económico e social, faz parte desta competição saudável para avançar”, acrescentou.
Francisco Guerreiro pediu uma “harmonização de políticas de bem-estar animal” ao nível europeu, com práticas como a esterilização de animais errantes, que, em Portugal “só agora vão vingando de modo tímido”.
A inclusão da sensibilização para os direitos dos animais nos manuais escolares é outra das medidas que o candidato gostaria de ver introduzida em Portugal.
“Estas alterações demoram, mas quando depois se estruturam, nós criamos cidadãos e cidadãs que querem construir uma sociedade diferente e não são meros objetos de funcionalidade, têm um pensamento crítico da sociedade onde vivem, envolvem-se mais nas decisões dos municípios e do parlamento”, argumentou.
A presidente da União Zoófila reconheceu que gostaria que a instituição tivesse “melhores instalações, com um bocadinho m de espaço”, admitindo sair do local em que se encontra, um terreno da Câmara de Lisboa em Sete Rios, mas alertou para a necessidade de ser encontrado um espaço acessível de transportes públicos, já que vivem da ação de voluntários, do apadrinhamento de animais, de adoções e donativos.
A deputada municipal do PAN e antiga provedora dos animais de Lisboa Inês Sousa Real acompanhou a visita e foi dando conta das iniciativas do partido para tentar melhorar as condições tanto da União Zoófila, como da camarária Casa dos Animais de Lisboa.
A União Zoófila acolhe cerca de 500 cães e 250 gatos, contando com mais de 50 voluntários.
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