"No dia em que André Ventura for primeiro-ministro de Portugal, eu tenho um plano gizado há anos com amigos americanos para que Portugal possa, de uma forma sustentada, de uma forma soberana, garantir um plano de sustentabilidade económica através do Atlântico", afirmou, sem detalhar os contornos esse acordo.
O candidato e vice-presidente do Chega discursava naquele que foi o primeiro comício da campanha em que participou, e que decorreu em Torres Novas, distrito de Santarém.
"O nosso maior vizinho não é Espanha, o nosso maior vizinho são os Estados Unidos da América [...]. Não é preciso que haja uma linha de fronteira terrestre, pode ser uma linha de fronteira marítima, e nós temos que ir buscar essa fronteira", defendeu.
António Tânger Corrêa afirmou que Portugal é central no Atlântico, mas periférico na Europa.
"Temos de saber conjugar estas duas valências. Isto é o Portugal que nós queremos, não é o Portugal de mão estendida, dos pedintes, dos subsidiodependentes, é um Portugal por si próprio", indicou.
No seu discurso perante cerca de 400 pessoas, o cabeça de lista do Chega deixou igualmente críticas aos seus adversários.
"Não vou dizer que eles estão impreparados, porque estão, toda a gente vê. Não vou dizer que não percebem nada de relações internacionais, que toda a gente vê. Eu nunca os vi, ao longo de 40 e muitos anos de carreira, qualquer dessas pessoas das outras lista negociar um tratado internacional, representar Portugal, representar os portugueses, fazer alguma coisa por Portugal e os portugueses. Nunca os vi e eu passei a minha vida a fazê-lo", salientou.
E sugeriu que "houvesse um debate a oito [com os candidatos dos partidos com representação parlamentar] em inglês ou em francês".
"Vamos fazer um debate nas línguas de trabalho da União Europeia. Vamos lá ver quem é que se aguenta à bronca", afirmou.
O vice-presidente do Chega voltou a criticar a Aliança Democrática (AD), considerando que "chamar AD a esta coisa é um insulto para a verdadeira Aliança Democrática" e os seus protagonistas.
António Tânger Corrêa louvou "a coerência do PSD", indicando que os sociais-democratas "apoiam a corrupção em Portugal, como no caso da Madeira, e apoiam a corrupção no estrangeiro, como no caso de Von der Leyen", a presidente da Comissão Europeia.
O candidato contrapôs que o Chega também é "coerente contra a corrupção".
Sobre o grupo político que o Chega vai integrar no Parlamento Europeu, o cabeça de lista afirmou: "Nós estaremos onde achamos que devemos estar e onde os portugueses que votarem no Chega queiram que nós estejamos".
O candidato disse ainda que o presidente do Chega, André Ventura, "teve a irrefletida decisão, sujeita a vários comentários depreciativos, de convidar para cabeça de lista das eleições europeias", mas agradeceu a escolha.
"Esse rapaz, que sou eu, considerado pela comunicação social e os comentadores oficiais como uma nulidade, impreparado", criticou, referindo que "não há nada de mal que não digam" de si.
António Tânger Corrêa apontou André Ventura como o seu "grande competidor", não porque queira candidatar-se à liderança do Chega, mas porque "nas legislativas perdeu todos os debates, foi a ovelha negra, e depois subiu de 12 para 50 deputados".
"Eu também levo na cabeça todos os dias, vamos lá ver o que é que a gente vai fazer no dia 09. Dia 10 conversamos", indicou.
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