"É uma candidatura transversal a toda a região. Não é uma candidatura partidária e muito menos uma candidatura de uma sub-região. O lema vai ser ‘Turismo em toda a região'. Não é para qualquer trampolim político, tenho uma carreira feita. Considero-me totalmente disponível e tenho convicção de que tenho canal aberto e um bom entendimento com a tutela no sentido de conseguir um grande reforço de verbas, porque a situação é neste momento negra", afirmou Júlio Meirinhos.

Em declarações à agência Lusa, o também ex-deputado pelo PS e ex-governador civil de Bragança não avançou com datas para apresentação da candidatura, mas contou que tem recebido "o apelo de imensos autarcas". "Neste momento tenho excesso de candidatos para os órgãos eletivos. A candidatura está pronta e estaremos no terreno em breve", disse.

Júlio Meirinhos avançou que, além de estar focado em "repartir partidariamente" a lista, quer "repartir a gestão entre homens e mulheres", apontando que Joana Garrido, ex-vereadora do Turismo da Câmara de Barcelos, ligada ao PSD, será sua vice-presidente se vier a ser eleito.

"A história desta entidade regional vem da partilha entre forças políticas, porque todos são chamados a uma missão que não pode ser partidarizada nem politizada. O turismo é um setor de extrema importância para haver brincadeiras. Orgulho-me por na minha vida pública nunca ter sido acusado nem julgado, portanto estou à vontade e livre", disse o ex-autarca.

No dia 5 de dezembro, no final de uma reunião na sede da TPNP em Viana do Castelo, o até aqui presidente da mesa da assembleia geral, Eduardo Vítor Rodrigues, anunciou a marcação de eleições antecipadas para 18 de janeiro, uma decisão que aconteceu após três dos cinco elementos da comissão executiva terem apresentado demissão.

O também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia adiantou que nas eleições também será votada uma nova assembleia geral.

"Julgo que o presidente da assembleia geral, eu próprio, ao assumir a demissão, deu o exemplo do que deveria acontecer - caírem os órgãos para uma nova legitimidade política. Não está em causa nenhum tipo de tomada de posição jurídica, moral ou outra relativamente ao doutor Melchior Moreira. Está em causa que depois de tudo o que aconteceu só há, de facto, solução para a TPNP que passe por um novo ciclo, um novo tempo e uma clarificação integral dos órgãos", referiu o autarca.

O presidente da Comissão Executiva da TPNP, Melchior Moreira, está atualmente em prisão preventiva no âmbito da Operação Éter, uma investigação em curso da Polícia Judiciária sobre uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública que culminou com a indiciação de cinco arguidos.

Entre os restantes quatro arguidos encontram-se Isabel Castro, diretora operacional da TPNP, que ficou suspensa de funções e com proibição de contactos, e Gabriela Escobar, jurista na mesma entidade, que ficou sujeita a proibição de contactos.

Quanto a Júlio Meirinhos, é advogado, formado pela Universidade de Coimbra.

Entre os vários cargos que exerce ou exerceu destacam-se a ligação ao Comité das Regiões em Bruxelas e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

Em 2002 presidiu à Região de Turismo do Nordeste Transmontano e em 2008 incluiu a comissão instaladora da atual entidade regional.

"A região e a estrutura humana têm de ser valorizadas. Tenho a firme convicção de que a secretária de Estado do Turismo tem uma enorme simpatia pela entidade regional do Norte e nos ajudará a virar a página atual que não é a desejável. Tenho também orgulho de ter as grandes instituições privadas no meu conselho de marketing", concluiu.