O ex-presidente do Grupo Águas de Portugal (AdP), José Furtado, rejeitou hoje ter cedido a pressões do ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, para a distribuição de dividendos ao Estado, com o objetivo de reduzir da dívida de 2023.
Numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças a Administração Pública, na Assembleia da República, o gestor reconheceu que houve “de facto uma tensão” nesta questão, entre acionista (Estado) e gestão, mas assegurou que a administração do grupo “não se deixou pressionar”.
“Não considero que cedi a pressões, não cedi a pressão nenhuma”, assegurou. José Furtado considerou ainda que esta é uma situação “normal” no quadro das relações entre acionistas e gestores.
O ex-presidente da AdP respondia a perguntas do deputado do CDS, Paulo Núncio, que leu o conteúdo de emails, divulgados hoje pelo ECO, entre a anterior gestão do grupo e a tutela de Medina, a propósito da distribuição extraordinária de dividendos.
Além do ex-presidente do Grupo Águas de Portugal, na quinta-feira serão ouvidos o presidente da NAV Portugal, Pedro Ângelo, e a presidente da Imprensa Nacional Casa da Moeda, Dora Moita.
Estas audições foram pedidas pelo CDS-PP, tendo em conta os dividendos extraídos destas empresas públicas e o seu impacto na redução da dívida pública, um tema que consta da análise feita pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental).
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