Esta é uma das conclusões da agência Lusa após analisar o indicador “Percursos Diretos de Sucesso”, criado pelo Ministério da Educação (ME), que segue os alunos durante todo o ciclo de ensino e procura aqueles que nunca chumbaram um ano letivo e tiveram positiva em todos os exames nacionais.
No ano passado, houve menos percursos diretos de sucesso tanto no 3.º ciclo como no secundário, segundo uma análise feita pela Lusa aos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação nos últimos anos, tendo em conta os alunos que entraram nos 7.º e 10.º anos no ano letivo de 2015/2016.
A percentagem de alunos do secundário que conseguiu fazer os três anos sem chumbar e com positiva nos exames nacionais desceu de 42% para 39%, segundo a análise da Lusa.
Pouco mais de 70 mil alunos (70.031) tiveram um percurso de sucesso, já que os restantes 61% chumbaram pelo menos um ano ou num dos exames, segundo a análise ao percurso de 179.260 alunos que no ano passado deveriam ter terminado o secundário.
Em mais de 80% das escolas, a maioria dos alunos ficou marcado pelo insucesso, segundo uma outra análise feita pela Lusa a 551 estabelecimentos que levaram alunos do secundário a exame.
Apenas 75 estabelecimentos de ensino (16,1%) conseguiram que pelo menos metade dos seus alunos tivesse percursos diretos de sucesso, o que representa uma ligeira melhoria em relação ao ano anterior (mais 0,4 pontos percentuais).
Nas restantes 476 escolas, a maioria dos alunos teve problemas no seu percurso académico.
No ensino básico também diminuíram os casos de alunos com percursos de sucesso: apenas 44% terminaram, no ano passado, o 9.º ano sem nunca chumbar no 3.º ciclo e com positiva nos exames nacionais de Português e Matemática, segundo uma análise feita pela Lusa que teve em conta o percurso de 269.809 alunos que frequentaram 1.141 escolas.
A média de alunos com sucesso foi de 44%, ou seja, 118.391 conseguiram fazer os três anos no tempo esperado e ter positiva nos dois exames nacionais. Comparando com os alunos que deveriam ter terminado o 9.º no ano anterior verifica-se uma redução do sucesso de dois pontos percentuais.
O cenário não melhora em relação às médias das escolas: apenas 324 escolas conseguiram que, pelo menos, metade dos alunos tivesse sem um percurso de sucesso.
A razão para a diminuição dos percursos diretos de sucesso pode ser encontrada no aumento de chumbos na prova de Matemática realizada no verão de 2018: no ano passado, houve mais negativas e a média dos exames desceu para 2,61 (em 2017 a média foi de 2,87).
Mais de metade dos alunos (52%) chumbou a Matemática e oito em cada dez escolas acabou com média negativa à disciplina: das 1.254 escolas que levaram alunos internos a exame, apenas 249 conseguiram que a média dos resultados dos seus estudantes fosse positiva, as restantes 1.005 escolas (80,1%) chumbaram a Matemática.
Apesar de as taxas de retenção e desistência terem diminuído ligeiramente, o aumento dos chumbos nos exames nacionais acabou por ter mais peso neste indicador e o sucesso diminuiu um ponto percentual.
Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Viseu foram os cinco distritos com melhores resultados nos Percursos Diretos de Sucesso tanto entre os anos do 9.º ano como nos alunos do secundário.
Também os seis distritos com piores médias se repetem nos dois ciclos de estudos: Bragança, Setúbal, Portalegre, Beja Faro e Beja.
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