Numa análise feita pela Lusa aos dados divulgados pelo Ministério da Educação (ME) relativos à conclusão do ensino secundário, é possível identificar 155 escolas profissionais, das 674 existentes, em que a taxa de conclusão dos cursos nos três anos de duração, sem qualquer retenção durante esse percurso, supera a média nacional comparável consecutivamente nos três anos letivos entre 2014-2015 e 2016-2017.
De acordo com os critérios definidos pelo ME, a média nacional comparável estabelece uma média nacional com alunos comparáveis à entrada para o ensino secundário profissional, tendo em conta a idade e escalão de ação social escolar semelhantes, levando em conta o contexto socioeconómico e o historial de retenções à entrada para o 10.º ano.
Se 155 escolas profissionais (cerca de 23% do total) conseguiram que mais alunos do que o esperado - face à média de conclusão comparável para a sua escola - terminassem o curso em três anos, houve 147 (quase 22%) que obtiveram o resultado inverso, ou seja, taxas de conclusão em três anos abaixo da média nacional comparável.
Do ponto de vista do abandono escolar, houve 66 estabelecimentos que nos três anos letivos em análise conseguiram sempre taxas de desistência inferiores à média nacional comparável, mantendo mais alunos a estudar.
A análise ao mesmo indicador revela que 59 escolas obtiveram em três anos consecutivos taxas de abandono superiores ao expectável.
Mais de metade das escolas (354) conseguiu, em média, que pelo menos metade dos seus alunos concluíssem o curso em três anos nos anos letivos em análise.
Em 2016-2017 seis escolas conseguiram uma taxa de sucesso plena, com 100% dos seus alunos a concluírem o 12.º ano no tempo esperado: Escola Profissional Artes de Mirandela, Instituto de Promoção Social de Bustos em Oliveira do Bairro, Escola Profissional Agrícola de Lamego, Escola Secundária Dr. João Lopes de Morais, Mortágua, Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, e Escola Profissional Artística do Vale do Ave (Sede), em Vila Nova de Famalicão.
Os dados revelam que o sucesso escolar tem vindo a aumentar no ensino profissional. Analisando 533 escolas que tinham todos os dados disponíveis para o efeito, verifica-se que num universo de cerca de 27 mil alunos em cada ano letivo a percentagem dos que concluíram o curso sem chumbar foi de 53,1% em 2014-2015, 55,8% em 2015-2016 e 60,3% em 2016-2017.
Do ponto de vista do abandono escolar, apenas a Escola Profissional Artística do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão, o Instituto Militar dos Pupilos do Exército, em Lisboa, e a Escola Profissional de Sernancelhe têm um historial sem qualquer caso de abandono registado nos três anos letivos em análise.
Ainda no que diz respeito ao abandono escolar, uma análise geral revela uma estabilidade neste indicador, mostrando que em 2014-2015 a taxa de alunos que abandonou por completo os estudos foi de 14%, subindo ligeiramente no ano letivo seguinte para os 15% e baixando para os 13% em 2016-2017.
Em 2016-2017, último ano letivo da série em análise, havia 108.088 alunos matriculados nas escolas profissionais, 58% dos quais do sexo masculino, sendo as idades de 16, 17 e 18 anos as mais representadas.
Entre as 2.849 ofertas nas escolas havia 123 cursos diferentes, com as áreas das ciências informáticas, da hotelaria e restauração e dos audiovisuais e produção dos media a serem aquelas que mais alunos matriculados TÊM registados, com 15.029 alunos, 13.439 alunos e 11.722 alunos, respetivamente.
Por outro lado, arquitetura e urbanismo e técnico de sistemas de informação geográfica têm, cada uma, três alunos matriculados.
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