Num comunicado, o Comando do Teatro Sul do Exército Popular de Libertação (PLA, na sigla em inglês) referiu que os exercícios procuram “testar a capacidade de manobra, o encerramento de fronteiras e as capacidades de ataque de fogo das tropas”.
“As forças do PLA estão sempre preparadas para responder a diversas emergências e estão determinadas a salvaguardar a soberania nacional chinesa, a estabilidade fronteiriça e a segurança das vidas e propriedades dos nossos cidadãos”, acrescentou o exército.
Num breve comunicado divulgado através da rede social Weibo — equivalente chinês do X (antigo Twitter), cujo acesso está bloqueado na China — o PLA não revelou detalhes sobre as datas exatas ou o número de militares que irão participar nos exercícios.
O anúncio surge depois de uma caravana de camiões que transportava mercadorias da China se ter incendiado, no que os meios de comunicação estatais, controlados pela junta militar no poder em Myanmar, descreveram como “um ataque dos rebeldes”.
O embaixador chinês no país reuniu-se com elementos da junta na capital Naypyidaw, na quinta-feira, para falar sobre estabilidade fronteiriça, após uma ofensiva rebelde lançada a partir da fronteira com a China ter levantado dúvidas sobre o relacionamento bilateral.
No encontro entre o embaixador Chen Hai e uma delegação liderada pelo vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, U Than Swe, foi discutida a cooperação para promover “a paz, a estabilidade e o Estado de direito” nas zonas fronteiriças.
Grupos armados da resistência contra a junta militar, que reúnem guerrilheiros de minorias étnicas e milícias pró-democracia lançaram a 27 de outubro a chamada “Operação 1027” no estado de Shan, no norte do país, que faz fronteira com a China.
As Nações Unidas estimam que cerca de 82 mil pessoas foram deslocadas à força no Estado de Shan desde outubro, o que levou as autoridades chinesas a apelar a medidas para alcançar uma maior estabilidade na região. Pelo menos várias centenas terão fugido para a China.
As autoridades chinesas indicaram igualmente que cerca de 50 civis foram mortos e centenas ficaram feridos, maioritariamente em ataques da junta militar.
A China, que partilha uma fronteira de 2.129 quilómetros com Myanmar, é um dos principais aliados e fornecedores de armas da junta militar. Pequim recusou descrever a tomada de poder em 2021 como um golpe de Estado.
Mas analistas dizem que a China também está a armar vários grupos ao longo da fronteira com Myanmar, onde vivem comunidades de etnia chinesa.
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