“Esta é a primeira vez em que, efetivamente, forças blindadas constituídas por carros de combate é projetada para um teatro de operações”, disse à Lusa o Brigadeiro-General Luís Calmeiro, comandante da Brigada Mecanizada, que hoje presidiu no Quartel da Cavalaria à cerimónia de início de aprontamento da força para esta missão, com a fase de treino a decorrer no Campo Militar de Santa Margarida, Constância (Santarém), nos próximos seis meses.
O Exército recebeu a missão de aprontar um Pelotão de Carros de Combate (CC) Leopard 2A6 na Brigada Mecanizada (BrigMec) para integrar a força Multinacional NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] a enviar para a Eslováquia (MNBG SVK), integrando uma Unidade de Escalão Batalhão de Espanha por um período de até seis meses, com previsão de envio da força nacional no início de julho.
“Esta é uma missão no âmbito da NATO e do dos conflitos e da segurança do flanco Leste da Europa”, indicou à Lusa o comandante da Brigada Mecanizada, tendo feito notar que esta “é uma operação de demonstração de força (…) ao longo de toda a fronteira Leste”.
O Pelotão de Carros de Combate é constituído por 24 militares, a que acrescem dois militares, em funções de Estado-Maior no Quartel-General da Unidade Escalão Brigada, e um militar em funções no Estado-Maior do Quartel-General do MNBG SVK, num efetivo total de 27 militares.
Este contingente estará equipado com cinco Carros de Combate, incluindo um de reserva, de um total de 34 que o Exército tem disponíveis, e duas viaturas ligeiras.
O programa de aprontamento do Pelotão de Carros de Combate está dividido em três fases diferenciadas, sendo a primeira vocacionada para o “aprontamento administrativo-logístico e treino individual de nivelamento da força”, até 16 de fevereiro, a segunda fase direcionada para o treino orientado para a missão, de 16 de fevereiro a 31 de maio, onde serão efetuadas as atividades de formação e de âmbito operacional, destacando-se a realização dos vários exercícios de aprontamento e a inspeção operacional prevista para o exercício ORION 2024.
Segundo informou o Exército, a terceira fase irá decorrer de 31de maio até julho, com a fase final de preparação para a projeção da força para a Eslováquia, estando desde já previsto um reforço dos miliares portugueses numa segunda missão naquele país.
A missão, afirmou o comandante da Brigada Mecanizada, “materializa e sustenta a confiança na capacidade militar do Exército Português, que permite, não só, a pioneira projeção do Pelotão de CC Leopard para a Eslováquia, mas também a ambição de evoluir este compromisso em 2025 para uma unidade de armas combinadas de escalão companhia (subagrupamento), integrando também outras capacidades de manobra, de fogos, de proteção e de sustentação”.
“Esta força, no início de 2025, vai (…) integrar mais um batalhão de Atiradores, também a ser formado pela Brigada Mecanizada, e em que os substitutos deste pelotão, mais esse pelotão de Atiradores, vão iniciar os eu aprontamento no segundo semestre de 2024 para estarem aptos a cumprirem a sua missão a partir de janeiro de 2025”, disse à Lusa Luís Calmeiro.
A tenente-coronel Elisabete Silva, comandante do grupo de carros de combate da Brigada Mecanizada, e também do quartel de Cavalaria, por inerência, destacou, na sua alocução, o momento histórico que hoje se viveu.
“Hoje, aqui, nesta parada, faz-se História, porque pela primeira vez se aprontam forças de Carros de Combate para uma Força Nacional Destacada. Faz-se História, porque pela primeira vez será projetada uma força de escalão pelotão, para ser integrada numa Unidade de outra nação. E faz-se História, pelo estado de prontidão e pela tipologia de operações que este pelotão estará preparado para ser empregue”, afirmou.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A NATO (sigla que significa Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN) é uma aliança formada por 31 países, incluindo Portugal, EUA, Canadá, Reino Unido e França. A organização foi criada em 1949, no período da chamada Guerra Fria, sob a liderança dos EUA em oposição à extinta União Soviética, e tem conhecido sucessivos alargamentos, desde então.
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