De acordo com o Museu da Presidência da República, num comunicado hoje divulgado, a mostra “Da Encomenda à Criação. Paula Rego no Palácio de Belém”, que será inaugurada a 03 de fevereiro, reúne obras criadas pela artista para o Palácio de Belém, a pedido do antigo Presidente da República Jorge Sampaio.
“‘O Ciclo da Vida da Virgem Maria’, na capela, e o retrato oficial do Presidente Jorge Sampaio são o ponto de partida para uma mostra onde, pela primeira vez, vão ser expostos os três retratos que Paula Rego pintou de Jorge Sampaio”, lê-se no comunicado hoje divulgado.
O museu recorda que, em 2002, “durante uma visita ao Reino Unido, o Presidente da República Jorge Sampaio convidou Paula Rego para criar um conjunto de obras evocativas da vida da Virgem Maria”, encomenda feita no âmbito “do restauro da capela do Palácio, dedicada a Nossa Senhora de Belém”.
No ano seguinte, 2003, a pintora ofereceu ao Estado português “os oito pastéis a óleo que podem ser admirados todos os sábados, nas visitas orientadas ao Palácio de Belém”.
“Os estudos aqui apresentados dão-nos conta do processo criativo da artista na construção do Ciclo da Vida da Virgem Maria”, lê-se no comunicado hoje divulgado.
O retrato oficial de Jorge Sampaio foi encomendado a Paula Rego em 2005 pelo então Presidente da República. A artista acabou por pintar três retratos, “dos quais um foi escolhido” e, na exposição a inaugurar a 03 de fevereiro, “mostram-se, pela primeira vez, essas três obras”.
“Da Encomenda à Criação. Paula Rego no Palácio de Belém” estará patente até 03 de maio.
Paula Rego, nascida em Lisboa, em 1935, deixou Portugal ainda adolescente, durante a ditadura de Salazar, para fazer os estudos na Slade School of Art, em Londres, cidade onde se radicou e vive há mais de 50 anos.
Única artista mulher do grupo da Escola de Londres, Paula Rego distinguiu-se por uma obra fortemente figurativa e literária, considerada incisiva e singular pela crítica de arte.
Nessa época, a artista portuguesa conviveu com nomes de destaque da pintura como Francis Bacon, Lucian Freud, Frank Auerbach e David Hockney.
Foi na Slade School of Fine Art, onde frequentou o curso de pintura entre 1952 e 1956, que veio a conhecer o marido, o artista britânico Victor Willing (1928-1988).
Paula Rego foi distinguida em 2010 pela rainha Isabel II, com o grau de Oficial da Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição para as artes.
Em 2016 foi-lhe atribuída a Medalha Municipal de Honra da cidade de Lisboa, pela câmara municipal.
Também foi distinguida em 1995 como Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, e, em 13 de outubro de 2004, elevada a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Em julho do ano passado, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, deslocou-se a Londres, ao estúdio da pintora, para lhe entregar a Medalha de Mérito Cultural, porque entendeu que “faltava este reconhecimento”, pelo Governo português, a Paula Rego.
Um mês depois, em agosto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse ter a intenção de agraciar a pintora portuguesa, e de se deslocar a Londres para o fazer.
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