Criticado, nos últimos meses, por não ter levado a sério as campanhas de desinformação e de manipulação atribuídos a próximos do regime russo durante as presidenciais norte-americanas de 2016, Mark Zuckerberg tem procurado assegurar que o Facebook ganhou consciência da dimensão do problema e está a investir para o combater.
Em 2016, a rede social “estava preparada para ataques cibernéticos tradicionais, como o ‘phishing’ ou ‘hacking’, mas não esperava que atores estrangeiros lançassem ataques cibernéticos coordenados”, através de “contas falsas” com o objetivo de “disseminar a divisão e a desinformação”, reconheceu, novamente, o patrão do Facebook.
“Hoje, o Facebook está mais bem preparado para esse tipo de ataque”, disse, lembrando que a maior rede social do mundo já identificou e removeu contas falsas antes das eleições em França, na Alemanha, no México, no Brasil e no estado norte-americano do Alabama.
Além das campanhas de desinformação atribuídas à Rússia, mas desmentidas pelo Kremlin, o Facebook também identificou "uma rede baseada no Irão com redes à imprensa estatal iraniana que tentava espalhar propaganda nos Estados Unidos, Reino Unido e Médio Oriente”, relatou.
“Estamos a enfrentar adversários sofisticados e bem financiados, que não vão desistir e vão continuar a evoluir”, avisou o responsável pelo Facebook.
No total, disse, “foram removidas mais de mil milhões de contas falsas, na sua maioria nos minutos seguintes a serem criadas, antes que pudessem causas quaisquer danos”, entre outubro e março.
Segundo Zuckerberg, graças à aprendizagem das máquinas, uma das facetas da inteligência artificial, o Facebook bloqueia diariamente “milhões de contas falsas”.
Além disso, a rede social vai disponibilizar a todos os seus parceiros de “verificação de factos”, em todo o mundo, uma ferramenta tecnológica para facilitar a identificação de imagens e vídeos falsos ou enganosos.
O Facebook colabora com 27 parceiros nesta tarefa, incluindo a agência noticiosa France-Presse.
Grupos de Internet dos EUA, especialistas, autoridades eleitas e serviços de inteligência concordam que as próximas eleições norte-americanas não vão escapar a novas tentativas de desestabilização política.
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