O primeiro aniversário do homicídio de Floyd era suposto ser um momento histórico em Washington para celebrar alterações à legislação para as forças de segurança e com o propósito combater eficazmente os comportamentos racistas por parte da polícia.
Contudo, o “George Floyd Justice in Policing Act” continua parado no Capitólio, e, em vez disso, a família foi recebida pelo democrata Joe Biden e pela vice-presidente, a também democrata Kamala Harris, na Sala Oval para fazer o luto, continuar a insistir pela necessidade de alterar a lei e conversar sobre a “dura realidade” que é o racismo nos Estados Unidos.
“Isto foi uma lembrança daquilo que aconteceu ao meu irmão”, disse Philonise Floyd depois da reunião com o Presidente, que considerou ser um “homem genuíno”.
O cidadão afro-americano foi morto, em Minneapolis (Minnesota), por Derek Chauvin, na altura polícia, que pressionou o pescoço de Floyd com o joelho durante mais de oito minutos e ignorou os avisos dos populares que filmarem o homicídio e referiram que Floyd, já inanimado, não estava a conseguir respirar.
Em quase todos os vídeos captados era possível ouvir Floyd a dizer “I can’t breathe” (“não consigo respirar”) e a chamar pela mãe, antes de desmaiar e acabar por morrer, com o antigo polícia ainda com o joelho no pescoço e os restantes agentes a assistir.
Biden disse à família de Floyd que quer “apenas quer um diploma que seja significativo e que mantenha o legado de George intacto”, disse o sobrinho, Brandon Williams, acrescentando que o chefe de Estado norte-americano mostrou “preocupação genuína” pela família.
O Presidente aproveitou o encontro com a família para brincar com a filha mais nova de George Floyd, Gianna, que, mais tarde, com a Casa Branca por trás disse: “Digam o nome dele.”
E os restantes elementos da família responderam: “George Floyd”.
Umas das irmãs, Bridget Floyd, recusou acompanhar o resto da família, uma vez que apenas pretende deslocar-se a Washington quando houve uma legislação específica para impedir os abusos da polícia contra afro-americanos, cidadãos de origem hispânica, entre outros: “É nessa altura que irei a D.C.”.
Bridget e outros elementos da família juntaram-se ao autarca de Minneapolis, Jacob Frey, e outras pessoas para recordar Floyd na cidade onde foi morto. Outras homenagens ocorreram em Nova Iorque, Los Angeles e em outras cidades norte-americanas e, inclusive, no estrangeiro.
Floyd morreu em 25 de maio de 2020 e tornou-se o rosto mais recente da História de injustiça racial nos Estados Unidos da América.
O homicídio espoletou massivas manifestações antirracistas e contra a violência e abusos policiais em várias cidades. A contestação foi além-fronteiras e também se fez ouvir em outros países, incluindo Portugal.
Os protestos relançaram o debate sobre a necessidade de concretizar as reformas na polícia.
Já Derek Chauvin foi considerado culpado, em abril, de vários crimes: homicídio involuntário em segundo grau, com pena até 40 anos de prisão; homicídio de terceiro grau, com condenação máxima de 25 anos, e homicídio involuntário em segundo grau, que implica até dez anos de privação de liberdade.
Como não tem antecedentes criminais, apenas poderá ser condenado a um máximo de 12 anos e meio de prisão por cada uma das duas primeiras acusações, e a quatro anos pela terceira.
A leitura da sentença está prevista para 25 de junho.
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