Num comunicado publicado na noite de sábado, após três dias de violência em que quatro palestinianos morreram e dezenas ficaram feridos, a Fatah insta “a que se prossiga com a confrontação e a que seja alargada a todos os pontos onde o exército israelita está presente”.
Em sinal de protesto contra a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, Mahmud Abbas decidiu recusar receber o vice-presidente norte-americano durante a visita que Mike Pence prevê realizar, em meados do mês, a Israel e à Cisjordânia, indicou o seu conselheiro Majdi al-Khalidi à agência de notícias francesa AFP.
Reunidos no Cairo, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe apelaram a Washington para reconsiderar a sua decisão. Numa resolução publicada hoje, à qual a AFP teve acesso, os ministros árabes afirmam que os Estados Unidos “se retiraram como patrocinadores e intermediários do processo de paz” israelo-palestiniano” e exigem que “anulem a sua decisão sobre Jerusalém”.
Os palestinianos voltaram a sair à rua no sábado em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada, bem como na Faixa de Gaza, tendo lançado pedras contra os soldados israelitas que responderam com tiros, balas de borracha e gás lacrimogéneo, segundo o exército.
Em Jerusalém Oriental, anexada por Israel, a polícia dispersou os manifestantes com granadas de atordoamento.
Segundo a Cruz Vermelha, 171 palestinianos ficaram feridos na Cisjordânia e 60 na Faixa de Gaza no sábado, na sequência de disparos, agressões ou devido à inalação de gás lacrimogéneo.
Dois palestinianos morreram em confrontos na sexta-feira, enquanto dois membros do movimento radical islâmico Hamas foram mortos no sábado em raides levados a cabo pela aviação israelita em resposta ao disparo de ‘rockets’ a partir da Faixa de Gaza.
O exército afirmou que os bombardeamentos visaram posições militares na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, considerada uma organização terrorista por Israel.
O atual surto de violência foi desencadeado pelo anúncio de quarta-feira de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Os Estados Unidos tornaram-se no único país do mundo a fazê-lo, num gesto que representa uma rutura com décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana no âmbito do dossiê israelo-palestiniano.
A controversa decisão foi recebida com hostilidade pela diplomacia internacional, com a exceção de Israel, e com condenação pelo mundo árabe, que convocou protestos em Jerusalém, Faixa de Gaza e Cisjordânia.
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