“Se tinha voz grossa para o Governo anterior, muito mais tenho para com o Governo da minha cor. Ninguém tenha a ideia de que eu com este me calo, antes pelo contrário. Todas as reivindicações que fiz, agora faço-as de forma mais sonante. Com o Governo que ajudei a eleger, tenho responsabilidades acrescidas”, assegurou Fernando Ruas.
O autarca falava na reunião pública de hoje, em resposta a um comunicado do presidente da comissão política concelhia do Partido Socialista (PS), também vereador municipal na oposição, Miguel Pipa, emitido na quarta-feira.
“Não sou médico, não pertenço ao conselho de administração, portanto, não me perguntem a mim o que é que se pode fazer, mas sou político e lá estarei, até com a voz mais grossa, para com este conselho de administração”, acrescentou.
No comunicado, O PS critica o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, eleito pelo Partido Social Democrata (PSD), de ter desistido da reabertura no período noturno das urgências pediátricas do Hospital de Viseu.
“Sete meses passaram desde a tomada de posse do novo Governo e apesar do tão propalado Plano de Emergência para a Saúde, o problema agravou-se no hospital de Viseu sem que Fernando Ruas mostrasse a mesma indignação, numa atitude em que demonstra ser brando quando o tempo está laranja e bravo quando o tempo está rosa”, acusa Miguel Pipa.
O líder da concelhia socialista refere que o “afã que [o autarca] verbalizou aquando do encerramento das urgências parece ter desaparecido e nem a presença por mais do que uma vez do Primeiro-ministro em Viseu serviu para tornar público aquele que é o sentimento de revolta dos viseenses e que o presidente da Câmara Municipal de Viseu só mostra quando lhe convém”.
Em causa está o encerramento ao exterior do serviço de urgência pediátrica da Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões (ULSVDL), que começou por encerrar, em março, no período noturno do fim de semana e, desde 01 de junho, fecha todos as noites da semana, entre as 20:00 e as 09:00.
Neste sentido, o PS “exige saber de Fernando Ruas que medidas foram tomadas junto do Governo para resolver um problema que se agravou e da Ministra da Saúde a solução para uma questão que aparentava, nas suas frequentes palavras, ser fácil e que se eterniza para prejuízo de todos os pais e crianças, num hospital de referência que serve mais de meio milhão de pessoas”.
No documento, o PS lembra que, em março, Fernando Ruas, disse ser “inaceitável que se deixem territórios do interior ao abandono por parte das respostas de saúde e emergências médicas” e, desde então, “nem mais uma palavra sobre o assunto”.
Miguel Pipa refere ainda que, em maio, Fernando Ruas e a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “prometeram conjuntamente uma solução para a resolução efetiva do problema e a única solução até hoje foi o agravamento da situação”.
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