“Direito de Resposta” é o título do comunicado emitido hoje pelo empresário no qual afirma que foi “administrador não executivo do Banco Bic Português [Eurobic] de 2008 a 24 de novembro de 2020”, garantindo que aquela “informação é pública”, porque consta dos “relatórios do Banco Bic Português”.
Assim, conclui Fernando Telles, “a narrativa de Carlos Costa, no seu livro, de que não foi [ele, empresário] nomeado em 2016 é falsa e, ou se retrata, ou reserva-se no direito de repor a verdade e o seu bom nome por todos os meios que entenda adequado”.
O que Fernando Telles quer dizer é que, a partir de 2016, continuou a ser nomeado como administrador.
O primeiro-ministro António Costa já admitiu também processar o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa por ofensa à sua honra, depois de o antecessor de Mário Centeno dizer que foi pressionado para não retirar Isabel dos Santos do BIC.
Esta posição foi transmitida por António Costa aos jornalistas, à entrada para a reunião da Comissão Política do PS, depois de confrontado com o teor de um livro do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa
“A única coisa que eu posso dizer é que, como é sabido, através do Observador, foram proferidas pelo doutor Carlos Costa declarações que são ofensivas da minha honra, do meu bom nome e da minha consideração”, declarou o líder socialista.
O líder do executivo disse que contactou Carlos Costa e o ex-governador do Banco de Portugal “não se retratou nem pediu desculpas”.
“E, portanto, constituí como meu advogado o doutor Manuel Magalhães e Silva, que adotará os procedimentos adequados contra o doutor Carlos Costa, para defesa do meu bom nome, da minha honra e consideração. É a justiça também a funcionar”, acrescentou.
“O Governador” é o um testemunho de Carlos Costa, líder do Banco de Portugal entre 2010 e 2020, sobre os pontos mais marcantes dos seus dois mandatos. Com prefácio de Christine Lagarde, o presidente do Banco Central Europeu, e baseado em mais de 30 horas de conversa com Carlos Costa, Luís Rosa, jornalista do Observador revela factos até agora desconhecidos sobre a intervenção da ‘troika’, o caso Banco Espírito Santo e a resolução do BANIF, entre outros temas.
O livro dá ainda a conhecer as relações tensas com o antigo primeiro-ministro José Sócrates, com o atual, António Costa, e antigo ministro das Finanças Mário Centeno bem como as guerras com o ex-banqueiro Ricardo Salgado e a família Espírito Santo. O livro, editado pela Dom Quixote, será apresentado hoje, às 17:30, na Fundação Calouste Gulbenkian.
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