Nazila Maroufian publicou em outubro de 2022, no site de informação Mostaghel Online, uma entrevista ao pai de Mahsa Amini, a jovem mulher iraniana que morreu em setembro passado, depois de ter sido detida pela polícia moral por usar incorretamente o véu islâmico.
Na entrevista, o pai de Mahsa Amini disse que a polícia iraniana mentiu sobre as causas da morte da jovem e que esta terá sido atingida na cabeça enquanto estava sob custódia policial.
Por causa da entrevista, a jornalista Nazila Maroufian foi detida em novembro, depois libertada, e em janeiro disse que tinha sido condenada a dois anos de prisão com pena suspensa por “propaganda contra o sistema” e por “espalhar notícias falsas”.
Certo é que em julho passado voltou a ser detida, na prisão de Evine, da qual foi libertada agora, segundo informação partilhada pela própria nas redes sociais, onde surge com o cabelo destapado.
Muitas mulheres iranianas deixaram de usar o obrigatório véu islâmico como forma de protesto e desobediência civil desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini.
Desde a morte desta jovem muitas iranianas deixaram de usar véu, peça que representa para elas uma forma visível da discriminação que sofrem, que vai muito para lá da obrigatoriedade de cobrir a cabeça.
As autoridades iranianas têm recorrido a diversos métodos para repor o uso do véu islâmico, com o regresso às ruas da temida polícia da moral e castigos como limpar cadáveres ou esfregar edifícios públicos.
O presidente do Irão, Ebrahim Raisí, disse esta semana que “isto de tirar o véu vai acabar definitivamente” e acusou as mulheres que não o usam de serem “umas inconscientes”.
O parlamento iraniano aprovou hoje o envio da nova lei do véu, que endurece as penas para quem não o usar, para uma comissão judicial e cultural, evitando a apresentação do diploma em sessão plenária.
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