No plano pastoral da diocese Leiria-Fátima 2012-2020, estava incluído um biénio dedicado à juventude, que se iniciou no ano passado.
“Mal imaginávamos que o papa Francisco ia convocar um sínodo sobre o mesmo tema exatamente no começar do nosso biénio. Trouxe um novo 'élan', um novo horizonte, um novo entusiasmo e uma nova relevância a este biénio”, admitiu D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.
Para dar continuidade às preocupações e responder aos desafios dos jovens, este segundo ano do biénio da juventude terá como arranque um fórum, onde serão debatidos temas como os jovens de hoje e a sua ligação à fé, as dependências, escolhas e seguranças, a meditação, a espiritualidade, os encontros geracionais ou a influência das redes sociais.
O padre André Batista, do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil, reforçou que o fórum será a “aproximação da diocese aos jovens, procurando dar-lhes respostas”.
“Queremos tornar a igreja mais próxima dos jovens de hoje, percebendo a sua linguagem, a sua forma de viver de hoje e de que forma a igreja se sente desafiada a responder e a corresponder às próprias expectativas”, referiu André Batista, explicando que é o que se fará no fórum.
António Marto explicou porque é que a juventude os “espicaçou”. “É uma geração nova, que vive num tempo novo e numa era nova. Basta só caracterizar alguns aspetos da novidade dos tempos. A globalização que nos leva a viver problemas locais ao nível global; as novas tecnologias, com o seu impacto nos mais variados campos: educação, família, relações, saúde, trabalho, e, por conseguinte, da própria fé”, afirmou.
O bispo de Leiria-Fátima salientou ainda o pluralismo que existe “do ponto de vista cultural e religioso”, acrescentando que “tudo isto é uma mudança epocal”, que se traduz “num coeficiente de incerteza e insegurança em relação ao futuro” da juventude.
O primeiro ano foi marcado por encontros entre António Marto e jovens, em várias vigararias, onde ouviu “preocupações e exigências” em relação à fé e à igreja.
“Trata-se de iniciar processos, mesmo sem sabermos quais serão os resultados. Estamos num mundo em que os jovens precisam fazer um caminho de descoberta pessoal e não de quem lhes dá resposta já prefabricadas”, esclareceu, revelando que nestes encontros foram abordados temas como o aborto, a eutanásia, a homossexualidade e o casamento homossexual e o que é ser cristão hoje.
António Marto considerou que se vive “numa cultura líquida, onde tudo foge pelos dedos das mãos. Os jovens acabam por ser vítimas desta cultura.”
Os encontros deste ano são virados para os “caminhos de serviço e de vocação”.
“São momentos de oração. É descobrir o projeto de vida de cada um, com uma missão mais de espiritualidade, meditação e vocação", concluiu António Marto.
Comentários