Travert precisou que dois centros de embalagens de ovos em França receberam ovos para consumo humano contaminados provenientes da Bélgica e Holanda, indicando que um primeiro lote de 196.000 ovos proveniente da Bélgica foi colocado no mercado entre 16 de abril e 2 de maio, tendo sido já consumido “sem impacto para a saúde”, afirmou em declarações à rádio francesa RMC, citados pela agência France Press.
O ministro acrescentou que existe um parecer da agência francesa de segurança alimentar que confirma que “o risco para a saúde humana é muito fraco tendo em conta os níveis de fipronil constatados nos ovos contaminados, e ainda considerando os hábitos franceses de consumo alimentar”.
Travert deu ainda conta de um “segundo lote proveniente da Holanda” com o código 0NL43651-01, de “cerca de 48.000 ovos, colocado à venda nas lojas do Leader Price entre os dias 19 e 28 de julho.
“Os níveis de contaminação não apresentam riscos para os consumidores”, sublinhou o ministro, “mas tendo conhecimento do número do lote, se preferirem destruí-los ou deitá-los fora, têm toda a liberdade para o fazer”, acrescentou.
O governante anunciou, apesar das afirmações de que não há riscos, que “todos os produtos contendo ovos produzidos em criações contaminadas serão retirados do mercado” e submetidos a análises, e que os alimentos “serão recolocados no mercado em caso de resultado favorável”.
Doze países europeus já reportaram que foram atingidos pelo caso de ovos contaminados com o inseticida tóxico fipronil.
Áustria, Eslováquia, Dinamarca, Bélgica, Alemanha, França, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo, Suécia, Roménia e Holanda já reportaram a existências de ovos contaminados nos seus circuitos comerciais.
O escândalo eclodiu a 02 de agosto, quando a Holanda alertou que tinha encontrado fipronil em vários lotes de ovos, embora a Bélgica tenha detetado a presença da substância tóxica antes, a 20 de julho.
O alerta alimentar estende-se já a doze países europeus, incluindo todos aqueles para onde a Bélgica e a Holanda exportaram ovos desde que foi dado o alarme.
Dois administradores da empresa Chickfriend, a companhia holandesa suspeita de ter usado o produto, foram quinta-feira detidos na Holanda, no âmbito da investigação judicial aberta no país e na Bélgica, noticiou a estação de televisão local NOS.
Em Portugal, segundo a Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV), os ovos em causa não estão à venda.
Em grandes quantidades, o fipronil, usado para eliminar ácaros e insetos, é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.
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