A antiga ministra socialista da Cultura, no cargo entre fevereiro de 2016 e maio de 2017, especialista em cinema e marcada por uma infância franco-marroquina, avançou com a candidatura para a liderança da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) à última hora, em março passado, ao argumentar que “a França tem grande legitimidade na cultura, educação e nas ciências”.
No decurso da sua campanha citou mesmo o estadista francês e figura do socialismo, Léon Blum (1872-1950), para quem a UNESCO deveria ser “a consciência das Nações Unidas”.
No entanto, apenas se dedicou totalmente à eleição para a direção geral da agência da ONU após ter abandonado o seu ministério, na sequência da vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais de maio.
Audrey Azoulay nasceu em agosto de 1972 em Paris, numa família judia marroquina natural de Essaouira. O seu pai é o banqueiro e homem político André Azoulay, conselheiro do atual rei de Marrocos, como foi de seu pai, Hassan II. A sua mãe é a mulher de letras Katia Brami.
A eleição de Audrey Azoulay só deve ficar confirmada a 10 de novembro com a votação de todos os Estados-membros – ou ratificação do nome, por todos os Estados-membros –, na Assembleia geral da ONU.
A eleição da nova diretora-geral quase coincidiu com a decisão dos Estados Unidos, o principal aliado de Israel, em abandonar a UNESCO, ao acusar a organização de posições “anti-israelitas”.
O Departamento de Estado norte-americano disse na quinta-feira que a saída entrará em vigor a 31 de dezembro de 2018, permanecendo como membro de pleno direito até então.
Os Estados Unidos suspenderam em 2011 o seu financiamento da Unesco devido à votação da organização para incluir a Palestina como membro.
Atualmente, Washington deve cerca de 550 milhões de dólares (465 milhões de euros) à instituição.
Pouco depois do anúncio de Washington, Israel também anunciou que se vai retirar da UNESCO devido ao “preconceito” anti-israelita que imputa à instituição, e que considera ter-se tornado num “teatro do absurdo”.
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