“Observadores expressaram preocupação sobre a influência de Angola nos meios de comunicação social portugueses, realçando que a situação agravou-se nos últimos anos, altura em que os proprietários de empresas jornalísticas investiram na economia angolana”, refere o relatório mundial da organização não-governamental norte-americana Freedom House.
O documento mundial que vai ser apresentado hoje em Washington classifica Portugal como “país livre” mas além de demonstrar preocupação sobre a corrupção sublinha a “influência” de Angola no jornalismo português.
“Têm-se registado efeitos que atingem os jornalistas que criticam Angola o que provoca casos de autocensura”, sublinha o relatório da organização fundada nos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial.
O documento diz que “poderosos angolanos” são proprietários da Newshold, o grupo que controla o semanário Sol, “além de outras publicações”.
Por outro lado, o relatório refere que a liberdade de imprensa está garantida constitucionalmente mas que os canais públicos portugueses são pouco apoiados financeiramente e enfrentam sérios problemas de concorrência das estações de televisão comerciais.
Entretanto o proprietário da empresa Newsplex, Mário Ramires, proprietária dos jornais ‘Sol’ e ‘i’, esclareceu à Lusa que “a Newshold já não tem nada a ver com o ‘Sol’ e com o ‘i’ desde 16 de dezembro de 2015”.
Em 15 de dezembro de 2015, a saída da Newshold da estrutura acionista dos jornais ‘Sol’ e ‘i’ levou à saída de dois terços dos trabalhadores.
Mário Ramires assumiu então a direção do Sol, abandonando o cargo de administrador executivo da Newshold e criou a empresa Newsplex, que passou a deter as duas publicações.
A organização Freedom House, foi criada em 1941 pele advogado do Partido Republicano norte-americano Wendel Wilkie e pela Eleanor Roosvelt, mulher do presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosvelt.
O relatório anual sobre “Liberdade no Mundo” é publicado desde 1972.
[Notícia atualizada às 19:41]
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