"A SMS da gerente Aurora Augusta Ferreira informava que a empresa encerrava hoje e que nos devíamos dirigir ao nosso advogado para levantar os papéis para o fundo de desemprego", acrescentou a funcionária, para quem "nada fazia prever" este desenlace, uma vez "que ficou material na fábrica para ser trabalhado".
Em declarações à agência Lusa o advogado das trabalhadoras, Hernâni Gomes, esclareceu que o modo utilizado pela gerência da fábrica "visou evitar que as funcionárias fossem perder tempo para a fábrica" e que ainda hoje vai entrar no Tribunal de Santo Tirso "o processo de insolvência".
Hernâni Gomes, que acompanhou as funcionárias em protesto hoje à porta da fábrica Modelo e Ponto, adiantou que "ainda hoje serão emitidas as cartas de despedimento".
"Trata-se de uma fábrica que pouca diferença faz de empresas de garagem e que estava a trabalhar a feitio. Ora, sabe-se que quem trabalha a feitio vê os preços esmagados por parte das Zaras e companhia e a gerência da firma não aguentou com os custos elevados que estavam a ter", esclareceu o advogado.
Dando conta ainda de "dívidas à Segurança Social" por parte da Modelo e Ponto, Hernâni Gomes explicou na semana passada "um cheque que chegou de um fornecedor de trabalho, assim que entrou na conta, foi penhorado pela Segurança Social", acabando a gerência "sem fundo de maneio para pagar os salários".
"Sem dinheiro para pagar salários, e por não quererem continuar na bola de neve, decidiram fechar e apresentar insolvência", disse o advogado de uma empresa que "tem cerca de dois anos de duração".
Segundo o advogado, os débitos às trabalhadoras "para além dos salários de fevereiro e março" já vem de 2017, em que "permanecem por pagar 200 euros do subsídio de Natal".
A Lusa tentou contactar a gerência da Modelo e Ponto mas tal não foi possível até ao momento.
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