"Do contacto com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, esta entidade sugeriu que fosse analisada a possibilidade de um traçado mais a nascente, na zona de Vilar do Paraíso, com passagem pelo local das pedreiras a norte da A29 (cujo encerramento está para breve)", pode ler-se do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do troço Porto - Aveiro da linha de alta velocidade (LAV) ferroviária Porto - Lisboa.

O documento, em consulta pública desde sexta-feira e até dia 16 de junho, refere que a solução proposta potencia "um alinhamento mais favorável e em túnel, a sul e a norte das mesmas [pedreiras], o que minimizava a afetação de áreas urbanas".

Em causa está a Variante de Vila Nova de Gaia, um traçado de 14,6 quilómetros maioritariamente em túnel que o EIA recomenda que seja adotado, e que "permite minimizar as afetações de núcleos urbanos em Serzedo e em Vilar do Paraíso", em Gaia.

Contactada a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) sobre a passagem por debaixo das pedreiras, "concluiu-se pela viabilidade técnica da variante, com a vantagem de nas áreas já exploradas ser possível a deposição de material a extrair dos túneis da LAV e com isso contribuir para a recuperação das pedreiras", refere o documento.

"Este processo vai também ao encontro do objetivo da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia de ver encerradas e recuperadas pedreiras que na atualidade estão inseridas em meio urbano", indica.

É proposta uma solução de túnel bitubo (com um tubo para cada sentido de circulação) que intersetaria "uma das pedreiras em Vilar do Paraíso, que se encontra já em final de exploração e encerramento (2027)", conciliando "o desenvolvimento urbanístico que a zona das pedreiras poderá ter após a sua selagem, cujo restante encerramento ocorrerá até 2028".

"A Variante de Vila Nova de Gaia, para além de cinco túneis, com uma extensão total de 9.238 m [metros] (63% do traçado), tem ainda um viaduto, com 550 m – 4% do traçado), sete restabelecimentos e 10 PH [passagens hidráulicas]", pode ler-se no documento.

A variante chegaria depois à estação subterrânea de Gaia, situada entre as estações de metro de Santo Ovídio e D. João II, que terá "500 m de extensão, dispondo de plataformas de passageiros de 420 m de comprimento por 5,0 m de largura", sendo "uma estação do tipo apeadeiro", já que não se preveem desvios de vias.

Dependendo da solução adotada para o tipo de túnel (monotubo ou bitubo), a configuração da estação poderá ser alterada em conformidade, permitindo as características geométricas da mesma "uma velocidade máxima de circulação de 120 km/h, para os comboios que não param na estação".

A linha segue depois para a nova ponte rodoferroviária sobre o rio Douro, cuja proposta promove uma "semelhança de imagem" com a Luís I.

O troço Porto-Aveiro da futura linha de alta velocidade ferroviária, que deverá ligar Vigo a Lisboa, custará 1,65 mil milhões de euros, dos quais 500 milhões financiados por fundos europeus.