A mulher, identificada no processo com o pseudónimo Jane Roe, disse que o cantor submeteu-a em diversas ocasiões a insinuações sexuais não desejadas, como tocá-la pelas partes íntimas ou expor-se à frente dela quando trabalharam juntos em 2019.
Este processo é a ação judicial mais recente contra uma personalidade afamada da indústria musical americana, depois de uma série de acusações de cunho sexual terem sacudido o mundo do cinema e da televisão, fazendo surgir o movimento #MeToo.
O anúncio deste processo chega dias após cerca de 120 pessoas terem denunciado o rapper e produtor musical Sean "Diddy" Combs por abuso sexual, sendo que já enfrenta acusações federais por associação criminosa e tráfico sexual.
"Os predadores sexuais não estão apenas no mundo corporativo americano, em Hollywood e nas indústrias do rap e do rock and roll, mas também no mundo da música country", disseram em comunicado enviado à AFP os advogados da parte acusadora, Douglas Wigdor, Jeanne Christensen e Hayley Baker. "Estamos confiantes de que Brooks será obrigado a responder pelas suas ações", acrescentaram.
O processo apresentado em Los Angeles diz que Brooks entrou com uma ação preventiva no Mississippi em setembro.
Nessa ação preventiva, também apresentado sob um pseudónimo, o requerente solicitava uma ordem judicial que impedisse uma "conduta extorsiva" e alegava que a mulher procurava uma compensação milionária.
"O esforço [de Brooks] para silenciar a nossa cliente através de uma ação preventiva no Mississippi não foi mais do que um ato de desespero", sustenta a ação na Califórnia.
O processo de Jane Roe diz que ela trabalhou inicialmente para a esposa de Brooks, Trisha Yearwood, como cabeleireira e maquilhadora, em 1999, e que começou a trabalhar para Brooks em 2017.
O documento afirma que a mulher estava na casa de Brooks quando ele entrou no quarto com seu pénis ereto e forçou-a a tocá-lo enquanto falava de forma lasciva.
Também diz que, em maio de 2019, os dois viajaram juntos a Las Vegas, onde ela se surpreendeu ao descobrir que ambos compartilhariam uma suíte de hotel com apenas um quarto.
"De repente, Brooks apareceu na porta da sala, completamente nu. Ele ficou lá e flexionou os músculos. A Sra. Roe imediatamente sentiu um embrulho no estômago ao saber que estava presa no quarto com Brooks, sem ninguém para ajudá-la", afirma o texto da ação.
O processo, que pede uma compensação económica não especificada, diz que Roe ficou tão traumatizada pelo ataque que chegou a considerar o suicídio.
Brooks, de 62 anos, ganhou fama nos Estados Unidos na década de 1990 com grandes sucessos da música country. Em 2015, superou Elvis Presley com o maior número de discos vendidos por um artista masculino.
Comentários