A notícia é avançada por uma comunicação oficial da autoridade local, a Polícia cantonal de Valais, que sublinha que os restos mortais foram encontrados no dia 12 de julho juntamente com vários equipamentos de alpinismo, na zona de Theodul em Zermatt.

A análise de ADN mostrou que o corpo era efetivamente de um alpinista alemão, desaparecido há 37 anos, cuja grande operação de busca e resgate na altura não conseguiu ter qualquer sucesso. Segundo as autoridades, o homem terá desaparecido em setembro de 1986.

No dia 12 de julho de 2023, um grupo de alpinistas descobriu os restos humanos e os equipamentos. Toda a descoberta foi transportada para Sion, para o departamento de medicina legal do Hospital Valais, para ser examinada em colaboração com a secção de identificação forense da polícia cantonal de Valais. Uma comparação de ADN estabeleceu que era de facto o alpinista que estava desaparecido desde setembro de 1986.

A polícia esclarece que nos últimos anos o derretimento do glaciar devido ao aquecimento global "está a atrair cada vez mais alpinistas".

Segundo o canal britânico BBC, quase todos os verões o derretimento do gelo revela algo ou alguém perdido há décadas. No ano passado, os destroços de um avião que caiu em 1968 emergiram do glaciar Aletsch.

Já em 2014, o corpo do alpinista britânico desaparecido, Jonathan Conville, foi descoberto por um piloto de helicóptero que avistou algo estranho enquanto entregava mantimentos num refúgio de montanha em Matterhorn.

Um ano depois, os corpos de dois alpinistas japoneses também foram descobertos. Estes tinham desaparecido numa tempestade de neve em 1970.

Como consequência maior do derretimento, no ano passado, registou-se inclusivamente uma mudança da fronteira entre a Suíça e a Itália, uma fronteira que tinha sido originalmente estabelecida na divisão de drenagem - o ponto em que a água derretida desce em direção a um ou outro país. Com os derretimentos, a posição da divisão de drenagem mudou e o famoso Rifugio Guide del Cervino, um chalé de montanha italiano muito visitado pelos amantes de esqui e de montanha, está agora tecnicamente na Suíça, e estão a acontecer negociações delicadas entre os governos suíço e italiano para decidir como redesenhar a fronteira.