"Acho que toda a ajuda é bem-vinda(...). Nós pretendemos lançar uma campanha internacional para doações, quando chegar o momento adequado. (...) Assim que tivermos o projeto executivo do restauro pronto, (...) aí começaremos essa campanha internacional de solidariedade para a doação de acervos, para que a gente possa recompor o acervo do Museu Nacional", anunciou Sérgio Sá Leitão.
Sérgio Sá Leitão lamentou ainda o "atraso do Brasil" em questões relacionadas com a importância do património histórico do país: "O que aconteceu lá [no Museu Nacional] coloca em evidência o quanto nós estamos atrasados, aqui no Brasil, em relação à compreensão da importância do património cultural, e também em relação aos modelos de gestão e sustentabilidade das instituições culturais", afirmou.
O ministro brasileiro da Cultura agradeceu ainda o apoio dos portugueses no “momento crítico” que o país atravessa: "Gostaria de aproveitar para agradecer as manifestações do Presidente de Portugal, também do ministro Luís Filipe [Castro Mendes] em relação ao que houve no Museu Nacional. Essa solidariedade portuguesa é muito bem-vinda e, de certa maneira, serviu para consolar um pouco este nosso coração ferido".
Os ministérios da Cultura e da Educação do Brasil anunciaram na segunda-feira um plano de recuperação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio que destruiu o edifício e o seu acervo.
Em comunicado publicado ‘online’, o Governo de Brasília anunciou que irá formar um comité executivo para a recuperação do Museu Nacional e aplicar 15 milhões de reais (cerca de três milhões de euros) no projeto.
O incêndio ocorrido no domingo e na madrugada de segunda-feira não provocou vítimas, mas destruiu grande parte do acervo do maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina, cujo edifício tinha sido residência da família real portuguesa e da família imperial brasileira.
O Presidente do Brasil, Michel Temer, entrou em contacto com bancos e empresas privadas, que já sinalizaram o interesse em patrocinar a reconstrução.
O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi fundado por João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.
Entre as peças do acervo estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no país, batizado de "Luzia", com cerca de 11.000 anos.
Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente português João VI.
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