As declarações do ministro são citadas num comunicado do Sindicato de Jornalistas, que reuniu com o governante na terça-feira, numa audiência pedida a propósito dos atrasos nos pagamentos aos trabalhadores a recibos verdes do GMG.
Na nota, o Sindicato dos Jornalistas considera que a compra das ações da Lusa sinaliza, também, “o compromisso do Governo com o serviço público de jornalismo, prestado pela RTP/Antena 1 e pela única agência portuguesa de notícias”.
O sindicato diz ainda que Pedro Duarte reiterou a ideia deixada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na celebração dos 136 anos do “Jornal de Notícias”, de que todo o jornalismo é serviço público e que esse trabalho prestado à sociedade tem de ser reconhecido.
“Temos uma visão para a Comunicação Social em que o Estado tem de ter uma intervenção, não ao nível de controlo ou pressão, naturalmente, mas da sustentabilidade”, disse Pedro Duarte, citado no comunicado, acrescentando que os riscos para a democracia e a vivência em sociedade são muito grandes se a comunicação ficar entregue a órgãos não jornalísticos ou redes sociais que não cumprem as regras da ética e da deontologia.
No encontro, a direção do Sindicato dos Jornalistas e o ministro dos Assuntos Parlamentares acordaram a criação de uma via de comunicação mais direta “com vista à manutenção do diálogo para o futuro da profissão”.
A nota indica ainda que o ministro Pedro Duarte mostrou preocupação com os atrasos nos pagamentos no GMG e disse estar atento à situação.
Na audiência, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse que “está a olhar para o assunto com muita preocupação” e que o Governo “espera que a empresa assuma as responsabilidades”, acrescenta a nota.
O sindicato lembra ainda que, além de não ter pagado o mês de abril aos jornalistas a recibos verdes, o GMG tem ainda em atraso o pagamento do subsídio de Natal a todos os trabalhadores com contrato sem termo.
O SJ expressou ao ministro a preocupação com este atraso, “mas também com a falta de comunicação por parte do GMG”, e informou a tutela de que avançará para tribunal se a empresa não regularizar a situação ou “se não der um sinal firme de que pretende apresentar uma proposta ou uma solução credível e exequível, após as várias promessas não cumpridas”, acrescenta a nota.
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