“Está [o Governo] a desmanchar ou a deixar desmanchar o Ministério da Agricultura, transformou a ministra da Agricultura num carrasco”, lamentou Eduardo Oliveira e Sousa.
Para o líder da CAP, que falava à agência Lusa no decorrer de uma manifestação de agricultores promovida pela CAP em Portalegre, o Governo está a “cortar” o Ministério da Agricultura “aos pedaços”, numa situação “imaginável, inqualificável, inadmissível”.
De acordo com números fornecidos pela organização, mais de 300 tratores agrícolas invadiram hoje as principais ruas da cidade de Portalegre, numa ação de protesto contra as políticas do Governo para o setor agrícola.
A manifestação, que contou ainda com a presença de mais de 1.200 agricultores e representantes de 60 associações daquele setor, centrou as suas críticas na ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
Do vasto leque de críticas lançadas ao Governo, o presidente da CAP centrou a sua ação numa posição contra a extinção das Direções Regionais de Agricultura (DRA) e a sua integração nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), bem como na ausência nesta altura de um secretário de Estado da Agricultura.
“Não é possível não termos diretores regionais, agora não temos secretário de Estado, ministra já não temos há tempo, porque ela faz figura de ministra, mas não é ministra, não tem capacidade para ser ministra e menos ainda capacidade para ser uma secretária de Estado”, disse.
“O lugar de secretário de Estado tem de ser ocupado por alguém que tenha conhecimentos na matéria, conhecimentos de regulamentos, que entenda o mundo rural e a agricultura e, esta senhora, não tem essa capacidade”, acrescentou.
Para o presidente da CAP, a ministra da Agricultura apenas tem capacidade para fazer “aquilo que alguém mandou fazer”, que é “destruir o ministério” e “desarticular” a agricultura em Portugal.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CAP, Luís Mira, sublinhou que a manifestação em Portalegre foi a “maior de sempre” naquela região, sendo um indicador em relação à “indignação” com que vivem atualmente os agricultores.
Luis Mira defendeu ainda a execução do Plano de Desenvolvimento Rural (PDR), lamentando que estão por executar no âmbito deste plano “1.300 milhões de euros” disponibilizados por Bruxelas.
“O Governo não foi capaz de colocar [verbas] nos agricultores”, lamentou.
Presente também na manifestação, o líder parlamentar do partido Chega, Pedro Pinto, manifestou-se “solidário” com os agricultores nesta luta, defendeu a demissão da ministra Maria do Céu Antunes e acrescentou que, num “futuro acordo” de governação com o PSD, o Chega vai “exigir” a pasta da agricultura.
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