Maleiane falava durante a abertura da 17.ª Conferência Internacional de Pesquisa sobre Tratamento, Patogénese e Prevenção do VIH/Sida em Regiões com Escassez de Recursos, que junta especialistas do setor, a partir de hoje e durante quatro dias na capital moçambicana.
“Devemos continuar a procurar mecanismos que nos permitam consolidar respostas orientadas por evidência científica, assim como pela identificação e incorporação de inovações científicas e tecnológicas”, declarou o governante.
Adriano Maleiane realçou que África deve impulsionar a investigação científica, visando produzir soluções que contribuam para o controlo do VIH até 2030, tal como está preconizado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
“O continente africano tem um longo caminho a percorrer, tendo em conta que, segundo dados estatísticos da ONU Sida referentes a 2021, dos 38 milhões que vivem com o VIH/Sida em todo o mundo, cerca de 26 milhões estão na África subsaariana”, enfatizou.
Por seu turno, John Nkengasong, embaixador do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da Sida (PEPFAR), um dos principais financiadores do combate à sida, defendeu mais ação para manter os ganhos que África tem alcançado na luta contra a doença.
“Depois da destruição e tremendo sofrimento causados pela sida, conseguiram-se resultados assinaláveis, mas há ainda muito por fazer”, destacou.
As intervenções na luta contra a doença devem ser mais fortes nas camadas da população mais afetadas, como as raparigas adolescentes, que estão três vezes mais propensas a contrair o VIH/Sida do que os outros segmentos sociais, assinalou.
A 17.ª Conferência Internacional de Pesquisa sobre Tratamento, Patogénese e Prevenção do VIH em Regiões com Escassez de Recursos reúne em Maputo especialistas de 59 países e serão apresentados cerca de 700 trabalhos científicos, dos quais cerca de 110 são de investigadores ou instituições científicas moçambicanas.
A prevalência do VIH em Moçambique desceu ligeiramente para 12,4%, mas continua entre as taxas mais altas do mundo, segundo os resultados do mais recente inquérito apresentados em dezembro pelo Instituto Nacional de Saúde (INS).
São cerca de dois milhões de adultos a viver com o vírus da imunodeficiência humana no país, ou seja, um em cada oito.
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