Escusando-se a comentar números sobre a greve de hoje na administração pública, Catarina Martins considerou "normal que exista descontentamento".
"Há pessoas que estão a trabalhar há muitos anos sem atualizações e têm perdido o poder de compra. Há também casos de carreiras que o Governo ficou de resolver durante a legislatura, mas não resolveu ainda. A legislatura está a chegar ao fim e as pessoas ficam impacientes", disse a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Convidada a comentar as greves que hoje levaram ao encerramento de vários equipamentos públicos, nomeadamente escolas, Catarina Martins disse, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, que "há problemas que se foram acumulando ao longo da legislatura e que devem ser resolvidos", referindo-se, por exemplo, a "salários congelados há 15 e dez anos".
"Os serviços fundamentais do nosso Estado, escolas, equipamentos de saúde e outras estruturas, são assegurados por um grande número de trabalhadores cuja tabela salarial já foi ultrapassada pela subida do salário mínimo nacional. É normal que exista um descontentamento", referiu a líder dos bloquistas.
Catarina Martins também frisou "o problema daquelas carreiras" que, disse, "tinham de ter tido solução e não tiveram", enumerando "a saúde onde os avanços tecnológicos pediram atualizações aos trabalhadores, mas depois não foram redesenhadas as carreiras".
À coordenadora do Bloco de Esquerda, que participava numa concentração de trabalhadores da Soares da Costa, também foi pedida uma reação às afirmações do ex-Presidente Cavaco Silva que em entrevista à TSF disse: "Bloco e PCP curvaram-se de uma forma como nunca pensei que pudessem, em matérias como o défice orçamental. Nunca pensei que o fizessem tão facilmente".
"Está a promover um livro e foi a maneira como desejou estar neste momento da sua vida", respondeu Catarina Martins sem querer fazer mais comentários.
Comentários