O protesto dos enfermeiros associados da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), que integra o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), visa protestar contra o impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho, que começou há um ano.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente da FENSE, José Correia Azevedo, adiantou que a adesão à greve dos enfermeiros “está a ultrapassar as expetativas” e espelha o “o descontentamento muito grande” dos profissionais de saúde.
Segundo os dados avançados por José Correia Azevedo, a adesão à greve no Hospital São João, no Porto, foi de 96%, e no Centro Hospitalar Lisboa Central, que integra os hospitais S. José. D. Estefânia e Santo António dos Capuchos foi de 93%.
No Centro Hospitalar Lisboa Norte, que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, a adesão à paralisação foi de 95%, no Hospital de Guimarães de 91%, no Hospital de Setúbal de 88% e no Hospital Garcia de Orta, em Almada, situou-se nos 93%.
Os dados adiantam ainda que no Hospital Barreiro-Montijo a adesão atingiu os 89%, no Hospital de Évora os 93%, na Unidade Local de Saúde do Algarve os 91%, no Hospital de Santarém os 88% e no Hospital Leiria-Pombal os 93%.
No Centro Hospitalar do Algarve a adesão foi de 87%, no Hospital de Lamego 88%, no Hospital Nélio Mendonça, na Madeira, 92% e no Hospital Divino Espírito Santos, nos Açores, de 83%.
Os níveis de adesão, às 09:00, situavam-se nos 95% nas unidades locai de saúde do Nordeste Alentejano e da Guarda, nos 96% no Centro Hospitalar Gaia, nos 95% no Centro Hospitalar de Coimbra e nos 92% no Centro Hospitalar Tondela-Viseu.
Os institutos portugueses de Oncologia de Lisboa, Coimbra e Porto registaram uma adesão à paralisação de 91%, 88%, 88%, respetivamente, e o Hospital Distrital da Figueira da Foz de 92%, adiantam os números dos sindicatos.
A adesão à greve também foi na ordem dos 90% nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria (95%), de Almada-Seixal (92%), Arco Ribeirinho (93%) e Arrábida (95%)
José Correia Azevedo adiantou que os impactos nas consultas e nas cirurgias programadas vão começar “agora de manhã”.
“Por exemplo, no Hospital de São João já sabemos que as 12 salas [blocos operatórios] vão fechar o que nos cinco dias vai representar uma anulação de 400 cirurgias” programadas, avançou o dirigente da FENSE e presidente do Sindicato dos Enfermeiros.
Os enfermeiros exigem que a conclusão da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho entregue pelos sindicatos a 16 de agosto de 2016 e pretendem que seja criada uma carreira especial de enfermagem, que integre a categoria de enfermeiro especialista.
Reclamam também o descongelamento da carreira, lembrando que o Estado deve aos Enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões, e a revisão das tabelas remuneratórias.
“Mesmo que não tenham dinheiro para a pagar atualmente, os sindicatos já propuseram o pagamento em três prestações anuais”, disse José Correia de Azevedo.
Os sindicatos garantem que os serviços mínimos serão respeitados.
[Notícia atualizada às 10:13]
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