“A adesão à greve no que diz respeito aos turnos da noite e da manhã [08:00] está acima dos 75%. Sendo só de um estabelecimento prisional, esta adesão vêm ao encontro daquilo que eram as nossas expectativas”, disse.
A greve de três dias dos guardas do Estabelecimento Prisional de Caxias começou às 00:00 de hoje em protesto pela falta de condições de trabalho e de segurança daquela prisão, de onde fugiram três reclusos em 19 de fevereiro.
“Esta greve foi marcada depois de um plenário em Caxias e da decisão de se realizar uma vigília e está ligada à fuga do estabelecimento prisional de três reclusos. O protesto tem a ver com a falta de condições de trabalho e de segurança”, disse.
O responsável disse à Lusa que a greve, que se prolonga até às 24:00 de quinta-feira, visa protestar contra o facto de "nada ter sido feito para melhorar a segurança" da cadeia desde a evasão dos três reclusos, dois chilenos e um português, o último dos quais ainda a monte.
Jorge Alves indicou que o canavial que existe junto à prisão, que não é cortado há muito tempo e que poderá ter facilitado a fuga daqueles reclusos, continua por cortar, apesar de nos últimos dias terem ido ao local elementos da proteção civil.
Quanto à deficiência das luzes em redor do estabelecimento prisional, outros dos aspetos de segurança a corrigir e a melhorar, também não está resolvido.
O presidente do SNCGP revelou ainda que o sistema de rádio "não foi ainda implementado" na prisão e que as câmaras de videovigilância, que estão "prometidas e orçamentadas", continuam atrasadas e sem data de instalação.
Resolvida está, porém, a situação da torre 6, de vigilância, que foi ativada a semana passada, melhorando assim a segurança da cadeia.
Além das questões de segurança, os guardas prisionais de Caxias queixam-se da falta de condições de trabalho e alojamento, devido ao mau estado das camaratas, com humidade e colchões que não são substituídos há 20 e 30 anos.
A 08 de março último, o SNCGP realizou uma vigília diante da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) em protesto contra as declarações do diretor-geral dos serviços prisionais, Celso Manata, sobre a fuga de reclusos da cadeia de Caxias.
As declarações de Celso Manata ao semanário Expresso, em 25 de fevereiro, causaram mal-estar entre os guardas prisionais porque, conforme Jorge Alves explicou na altura, "só apontava para as hipóteses de a fuga ter sido possível por ter havido corrupção, dolo ou negligência dos guardas” do Estabelecimento Prisional (EP) de Caxias, em Oeiras.
A fuga resultou na instauração de um processo de averiguações, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral e a PJ também está a investigar o caso.
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