Em conferência de imprensa ao início da tarde, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disseram estar “admirados” com o aumento do número de médicos que aderiram ao último dia de greve, “nomeadamente no norte”.
“Os blocos continuam com adesão quase a 100%, aumentou imenso a participação na greve dos médicos nas consultas externas dos hospitais, tanto dos grandes como dos pequenos centros. Aumentou também a participação dos médicos de família em todas as unidades de norte a sul do país”, afirmou João Proença, presidente da FNAM.
O responsável saudou os médicos que “participaram na jornada” e recordou os “120 milhões de euros” gastos nas empresas de trabalho temporário que, considera, deviam ser aplicados em hospitais ou centros de saúde.
A greve nacional de médicos teve início às 00:01 de terça-feira e termina às 23:59 de quinta-feira, uma paralisação que os sindicatos consideram ser pela “defesa do Serviço Nacional de Saúde”.
A reivindicação essencial para esta greve de três dias é “a defesa do SNS” e o respeito pela dignidade da profissão médica, segundo os dois sindicatos que convocaram a paralisação.
Em termos concretos, os sindicatos querem uma redução do trabalho suplementar de 200 para 150 horas anuais, uma diminuição progressiva até 12 horas semanais de trabalho em urgência e uma diminuição gradual das listas de utentes dos médicos de família até 1.500 utentes, quando atualmente são de cerca de 1.900 doentes.
Entre os motivos da greve estão ainda a revisão das carreiras médicas e respetivas grelhas salariais, o descongelamento da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma.
A paralisação nacional deve afetar sobretudo consultas e cirurgias programadas, estando contudo garantidos serviços mínimos, como as urgências, tratamentos de quimioterapia, radioterapia, transplante, diálise, imuno-hemoterapia, ou cuidados paliativos em internamento.
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